A última coisa que eu lembro ter visto antes de apagar foi um belo par de olhos azuis. Por muito tempo eu me senti perdida, estava presa em uma espécie de sono que parecia nunca chegar ao fim. Estava perdida em meus próprios pensamentos, morta por fora e viva por dentro. Havia um garoto que todos os dias ia visitar-me, ele segurava com força em minha mão e me sussurrava coisas doces, sua voz era familiar, mas ao mesmo tempo irreconhecível. Não lembro ao certo como acordei, mas quando os meus olhos finalmente se abriram, eu me senti perdida mais uma vez. Não lembrava nada sobre a minha vida e nem ao menos sabia meu nome. A única coisa que eu conseguia lembrar era um par de belos olhos azuis, os olhos de Rafael Lange, o garoto que todos os dias ia ficar comigo no hospital.