Guardo dentro de mim caixinhas cheias de palavras, como combiná-las e como dar sentido à elas?

Eu não sou poeta nem ao menos sei fazer poesia, eu não sou compositora as minhas músicas não foram feitas para serem ouvidas. Eu não sou escritora, às vezes escrevo para as pessoas lerem, às vezes escrevo e ninguém lê, o que eu sou então?

Eu começo histórias e não as termino,  eu apenas uso o papel para cuspir o que existe dentro de mim, o que eu sou então?

O que eu sou então? 

Trago encravado em minha alma sentimentos irracionais como escritas inconscientes que o meu ser plantou dentro de mim. Tento expressar então nas linhas a minha alma gritante, ecoante e tangente. O que eu sou então?

Quando escuto a melodia dos meus dedos no lápis riscando o papel a minha alma se acalma, como se eu não tivesse nascido para outra coisa que não fosse preencher páginas com palavras gritantes, como se eu não tivesse outro caminho a seguir que não dizer em palavras e expressar em vocabulários histórias... Mas eu não consigo, como faço para conseguir?

Chuva, água corrente, chão árido, raios de Sol, capelas outono, sentimentos, o telhado, as risadas, mais água, mais água, o vento, sente...

O que eu sou então?

Eu não sou NADA... Eu apenas escrevo o que meu coração grita.