Ainda, "o gato também era cultuado como entidade lunar. Havia a crença de que durante a noite, período em que os rios do Sol se ocultavam aos humanos, eles se refletiam nos olhos fosforescentes do gato, como a luz do Sol reflete na Lua. Assim, temos aqui o tipo de consciência feminina (..). Durante o período recente do Egito, Bastet foi identificada com Ártemis, a caçadora, deusa-virgem da natureza, relacionada com a fertilidade e com o aspecto feminino presidindo os trabalhos do parto. De acordo com um mito, quando os deuses gregos fugiram para o Egito perseguidos por Tifão, Ártemis se transformou em gato, e sob essa forma refugiou-se na Lua. E Hécate também se transformou em gato. Juntamente com Freia, a deusa teutônica da fertilidade que era casada com o Sol e tinha seu carro puxado por dois gatos, Hécate também representava o lado malévolo do feminino, a bruxa, a Mãe Terrível, responsável pela loucura e pela obsessão. Na Idade Média, ao gato passaram a ser atribuídos predominantemente poderes demoníacos. Era voz corrente que algumas mulheres tinham o poder de introduzir suas lamas em gatos pretos. Essas mulheres seriam bruxas, dedicadas não mais aos poderes da luz, mas aos poderes das trevas, ao demônio. (...) - página 70, 6ª reimpressão, Editora Paulus.