Escrevo. Não porque gosto, mas porque necessito, alguém disse. Sim, necessito. Tenho a necessidade de viver e de sentir, de provar da sensação de os sentimentos escaparem pelos dedos, de provar da sensação de dar vida à quem não vive. Não que eu queira bancar Deus. Mas tenho a necessidade de sentir que há pessoas de verdade dentro da história, com sentimentos de verdade, vivendo momentos de verdade, colecionando lembranças de verdade. Eu sou cada uma dessas pessoas e elas carregam um pedaço meu. É por isso que eu escrevo, para me fragmentar, para deixar um pouco de mim em cada letra, em cada vírgula, em cada acento, para tornar público momentos que só aconteceram dentro de mim, para me tornar a escrita e a escrita se tornar eu mesma, para ser uma só com cada palavra, antônimas e sinônimas, antíteses, hipérboles e metáforas, cada qual com um pedaço de mim em si... É isso que eu sou, eu sou toda escrita, e a minha necessidade é uma característica própria: Me transferir de física e metafísico para lápis, papel e imaginação!