Ser amado? Sem chances
Eu amo, eu louvo, eu declaro

Eu o vejo, meu delírio 
Minha motivação de morte
Quantas milhas estará de mim?
Quantas vezes te verei e temerei?

Sinto meu pesar, você deve ter alguém 
Você deve amar alguém,
Ter esse alguém em seus braços 
Enquanto eu, apenas eu
Fomentarei minha eterna depressão 

Me olho no espelho, e vejo algo horrível 
Algo que nunca deveria ter sido concebido
Algo que nunca deveria ter vivido
Algo que causa nojo
Esse sou eu, seu poeta

Me matem, mas com ódio.
Qualquer coisa é uma arma
Rápido, seja eficaz
E seja sádico.
Use sua criatividade, me enterre de vez
Mas tenha a certeza de ser um milagre perfeito, não deixe nenhum rastro ou lembrança,
Tenho medo de ressuscitar...

Tire minhas mãos para que eu não possa escrever,
Tire meus pés para que não possa sair daqui,
Tire minha boca para que não possa comer,
Tire meus olhos para que não possa temer,
Tire minhas orelhas para que não possa sentir,
Tire minha pele, eu não consigo me ver,
Tire meu cérebro, eu não quero mais pensar.

Não, não olhe para mim. Porque você continua?
Máscara branca, porque me julgas, se nem sei quem tu és?
Me tire de perto desses manequins, eles me assustam.
Me tire perto do delírio, ele me condena.

É loucura de minha parte ser condenado por algo irreal?
Será que sou condenado?
Questionando ou não, meu pavor continuará.

Se não está claro, eu deixarei
Meu pavor é você, humano.

Caso tenha lido até aqui, te faço um apelo
Cuide de si, e não se torne aquele que vos fala.