Não sou boa para explicar sobre mim mesma. Nunca fui muito fácil de se resumir, gosto de pessoas que me descobrem, me desmontam e me desembaralham. Não sou grossa. Bom, eu sou. Mas não tanto, me entende? Também sou doce, e carinhosa. Sei que sou chata também, mas também sou legal. Só enxergar. Sou uma pessoa boa, porém mal. Entende? Minha grosseria, minha ignorância, é só uma forma de me proteger. Desculpa, mas cansei de pessoas que marcam e depois vão embora. Por medo de partidas, tem gente que não deixa as pessoas se aproximarem, e eu sou assim. Mas no fundo, eu imploro por pessoas novas. Você me entende? Isso são apenas verdades sobre mim! Sei que essas palavras estão confusas, mas é para combinar com meus sentimentos. Eu sou a consequência de decisões erradas, estradas contrárias, tentativas falhas. Eu sou quem você esbarra na rua e vira a cara. Eu sou aquela que acena com as mãos trêmulas e ninguém sorri de volta. Eu sou a menina estranha, a garota bizarra, a pessoa torta. Sou o verso rabiscado que ninguém lê, a pagina rasgada que ninguém vê, o livro manchado que ninguém quer. Muitas vezes menina, tantas outras vezes mulher. Sou a ferida que nunca cicatriza. O guarda roupa lotado, os armários empoeirados, os porta-retratos sem retratos. A apatia. Eu sou quem a vida escolheu pra ser o maior exemplo de solidão, mas também sou quem ninguém nunca escolhe pra ser uma gota de felicidade. Tentar, tentar e tentar é estar pedindo pra quebrar a cara milhões de vezes. Se existe alguém que almeja tudo e não consegue nada, esse alguém sou eu. Sou eu. Não sou o que ninguém espera de alguém. Não sei ser quem eu espero ser. Uma incógnita insignificante no meio da equação é descartada: Complica o cálculo, confunde a mente, se torna perda de tempo. Uma incógnita no meio de uma redação é burrice: Sem sentido, sem nexo, inútil. Uma incógnita no meio da vida é insignificante: Sou eu.
  • RegistriertApril 16, 2015



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