A arte escorre de mim como sangue —
não é escolha, é hemorragia.
Talvez seja isso:
meus sentimentos não sabem ficar calados,
então vazam em forma de cor, palavra, melodia.
Cada traço que desenho é uma veia aberta,
cada verso que escrevo é um grito
que aprendi a disfarçar com beleza.
Chorar no papel dói menos
do que deixar doer só dentro.
Sinto demais — por isso crio.
Crio demais — por isso sobrevivo.
A arte me usa para existir,
como se eu fosse apenas o corpo
por onde ela escolheu doer.
Não sei onde termina o que sinto
e começa o que crio.
No fundo,
sentimento e arte
são só dois nomes
para a mesma ferida.
E se você sente, então já é artista — mesmo que nunca tenha tocado em uma tela.
Com tudo que escorre, manu