Marujuanda

Morro em novembro, apunhalo meu cadáver em dezembro, ressuscito em janeiro.
          	
          	Esse ano morri em agosto e até agora aguardo uma ressurreição que não veio (e sequer sei se virá).

Tomboy_Trouxa

@ Marujuanda  Me sinto assim também, é foda...
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Marujuanda

Na mala da infância tem um livro de contos de fadas e o amor incondicional por Chapeuzinho vermelho e Peter pan (principalmente o capitão gancho). Tem também um vestido florido amarelo, chá de canela com leite e um monte de filmes de fantasia.

Marujuanda

Não me deixem tranquilo 
          não me guardem sossego
          eu quero a ânsia da onda
          o eterno rebentar da espuma
          
          As horas são-me escassas:
          dai-me o tempo
          ainda que o não mereça
          que eu quero
          ter outra vez
          idades que nunca tive
          para ser sempre
          eu e a vida
          nesta dança desencontrada
          como se de corpos
          tivéssemos trocado
          para morrer vivendo.
          
          - Mia Couto
          
          

Marujuanda

E quando eu me apaixonei
          Não passou de ilusão
          O seu nome eu rasguei
          Fiz um samba-canção
          Das mentiras de amor
          Que aprendi com você.
          Lígia, Lígia.
          
          Você se aproxima de mim
          Com esses modos estranho
          Eu digo que sim
          Mas seus olhos castanhos
          Me metem mais medo que um raio de sol
          
          E quando você me envolver em teus braços serenos
          Eu vou me render
          Mas seus olhos morenos
          Me metem mais medo
          Que um raio de sol
          Ligia, Ligia.
          
          
          Está chovendo novamente.

Marujuanda

"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessimista; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"

Marujuanda

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
          E lastimava, ignorante, a falta.
          Hoje não a lastimo.
          Não há falta na ausência.
          A ausência é um estar em mim.
          E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
          que rio e danço e invento exclamações alegres,
          porque a ausência, essa ausência assimilada,
          ninguém a rouba mais de mim. 
          
          - Carlos Drummond de Andrade