Muitas vezes tive meus pensamentos divagando por situações ás quais eu vivia ou observava, criando histórias ramificadas disso, sendo elas possíveis ou não. Comecei indo muito bem em minhas redações escolares aos meus dez anos. Depois, ao me comunicar através de cartas com meus amigos aos treze e quatorze anos (sim caro leitor, não havia whatsapp em minha adolescência), me sentia realmente presente em algo, pois sentia minhas palavras muito mais do que elas significavam de fato, e depois de uns bons anos, ao entrar em um cursinho pré vestibular, descobri que Fernando Pessoa já havia descrito esse sentimento ao dizer que o poeta é um fingidor. Finge tão completamente que chega a fingir que é dor a dor que deveras sentes. Aos dezesseis anos me peguei escrevendo músicas e poemas. Então, aos vinte anos, ao viver meu primeiro grande amor e ouvir uma de suas histórias sobre possibilidades do percurso da vida, escrevi meu primeiro romance, uma história que construí rapidamente em minha cabeça, mas que o medo da imperfeição me fez renegar sua chegada aos papéis de forma completa. Sempre me questionei sobre a possibilidade de compartilhar isso e até cheguei a fazer isso com algumas reflexões de vida encaixadas em um título que criei e assim as coloquei dentro. No entanto, o medo sempre foi meu companheiro e com isso sempre guardei essas tantas palavras apenas comigo. A perda do maior amor que eu poderei sentir em minha vida, minha mãe, fez com que minhas mãos congelassem diante de qualquer ideia e então, eu parei de escrever.
Hoje, completamente perdida e partida, seguida do meu fiel companheiro, o medo, venho tentar enfrentar o que me congela e dividir com vocês ás antigas e novas histórias que se passam por minha mente.
Boa viagem!