Exclusão do livro “Como se tornar uma bruxa” (parte 2)
Também há a necessidade constante de se enquadrar em uma tradição que muitas vezes, você não vai concordar com tudo, e as pessoas vão te diminuir por conta disso. Com isso, você entra num círculo vicioso de pular de religião em religião, sem tirar um tempo para respirar e pensar no que realmente acredita, em quais são suas reais necessidades espirituais.
A prática de desconstrução presente nesses cultos, muitas vezes não vai te levar a conexão nenhuma. Você se desconstrói para não construir nada, e termina mais ou menos como uma ruína. Algumas pessoas continuam nesse estado para o resto da vida.
Por último, mas não menos importante, se algum ritual não funciona a culpa sempre está em você. Se não funciona, não é porque não existe, mas porque você não acreditou o suficiente (o que contraria totalmente o método científico). Também é pregada em larga escala a produtividade tóxica, em que você deve agradecer por tudo, inclusive as coisas ruins. É como se o "divino poder da gratidão" fosse automaticamente melhorar as coisas, mas isso não acontece. Cada um precisa "fazer por onde".
E talvez vocês pensem, "mas isso pode fazer bem para alguém!" e eu respondo "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará". Se manter na sua bolha de positividade e acreditando em placebos, ou que você está doente por sua vibração estar baixa, por exemplo, vão te desencorajar a procurar auxílio médico quando necessário e fazer a espiritualidade tomar um espaço um tanto quando questionável. Acreditar que sua personalidade é de um jeito por causa do seu signo só vai te fazer encontrar uma justificativa para ser, em linguagem clara e popular, um pé no saco.