Desabafo, eu acho:
Quando a gente se propõe a ser diferente, a não ser mais do mesmo, a ser "incrível" nos seus termos, a gente assina um termo que diz que vamos romper com padrões, padrões sociais, padrões de pensamento... E tudo isso se reflete na escrita. Nas decisões dos personagens, no rumo das histórias, no enredo, nas suas formas de perceber o mundo.
São ideias que fogem do script, fogem do preto e branco, do ativo e passivo, do binário; são ideias que ganham vida em torno de si mesmas e não da expectativa dos outros.
Pra mim esse é o único jeito que eu consigo escrever, mas ao mesmo tempo eu não tenho noção do quão distante isso é do que as pessoas querem ler. Acho que é frustrante pro escritor que usa o próprio sangue pulsante como tinta pra caneta e a energia de suas células pra carregar seu editor de texto não saber mensurar o quanto você tá escrevendo importa pros outros.
"Será que se minha história fosse melhor divulgada as coisas seriam diferentes?"
"Será que o tema é muito maduro?"
"As pessoas querem ler isso?"
"Eu sou um bom escritor?"
A verdade é que palavras sem leitores é lingua morta, é um funeral de ideias. Não tenho conclusão pra esse devaneio, é só um desabafo.