Precisei me afastar porque senti minha escrita ser invadida...
e, junto com ela, eu.
Gente que chegou fazendo barulho,
tocando o que não entendia,
confundindo admiração com direito de acesso.
Isso cansa. Isso fere.
Escrever sempre foi um lugar íntimo para mim,
nunca fora palco, tampouco vitrine.
Quando esse espaço foi ocupado por olhares apressados e presenças vazias,
percebi que precisava recolher as palavras
para não me perder nelas.
Aos poucos que caminharam comigo desde o início,
que nunca invadiram, nunca exigiram,
que souberam ficar mesmo no silêncio,
eu agradeço profundamente.
Vocês sempre entenderam:
minha escrita é extensão do meu corpo,
e só permanece quem sabe cuidar.
O ciclo se encerra aqui.
Atenciosamente, autora.