"Frio.
Sinto frio. Aqui é tão frio que meus dedos não conseguem mais se contorcer... Eles só estão paralisados, frios, ensanguentados assim como o ambiente ao meu redor. Minha pele também está fria e opaca, posso sentir a carne endurecendo. É estranho. Pensei que teríamos mais tempo.
— Senhorita Love, o que...? Meu Deus! Chamem ajuda! Eles levaram um tiro! — Eu não faço a mínima ideia de quem seja, só sinto frio enquanto meus olhos vasculham o céu estrelado... Sempre foi meu sonho ir para lá.
Papai disse que era um lugar bom. Que Deus nos amaria infinitamente no Céu e não haveria mais dor, desespero, decepção. E eu acredito no meu pai. Além disso, Christopher disse que o céu era a única coisa que mantinha seus pés no chão para voltar para casa, ironicamente. A *nossa* casa, mesmo que ainda não nos conhecêssemos na época. Era para ser nossa, mas não foi e nunca será.
Com a vida se esvaziando do meu corpo, olho para o lado e toco sua mão. Ele também está frio. Frio como o gelo por tentar me proteger.
— Eu te amo — digo minhas últimas palavras antes de tudo ficar escuro. Sei que nos encontraremos lá em cima, Ele sabe o que é melhor para nós e eu confio nEle.
E então, tudo fica mais frio."
Fonte: crises da noite de um livro q só Deus sabe quando virá