eladisse

às vezes, lembro da época que eu costumava ser mais constante aqui e sinto saudade  —  acho que nunca senti um tipo de saudade que dói tanto em um ponto tão específico do peito, mas rasga mesmo assim e não se compreende o porquê, só se sente. parece que estou vivendo uma ramificação completamente diferente da minha existência em alguma realidade alternativa que não me prende a nada do que cheguei a ser e vivo à deriva. eu senti tanta coisa durante os anos que me abrigava neste lugar, e eu sequer compreendia a magnitude até agora, mas, ainda assim, a sensação é a de entrar dentro de um castelo em ruínas e não reconhecer o que quebrou. mas eu percebi que a mulher que sou hoje teria gostado de encontrar a garota que eu era naquela época. felizmente, acredito que me tornei um pouco mais confiante em relação às coisas que escrevo a ponto de sentir algo parecido com genuína paixão quando percebo que aquilo veio de algum lugar infinito de mim que só eu tenho acesso, mas consigo eternizar. só queria que houvesse uma maneira de voltar no tempo e me contar que eu era o bastante, que não precisava ter tanto medo de errar, de não ser suficiente ou ficar sozinha. que aquilo era bonito porque foi como escolhi usar o que sentia. e sigo sentindo genuína gratidão por tudo o que me foi proporcionado através de tudo o que cheguei a escrever. acredito que nenhuma palavra já criada no mundo possa expressar a importância que isso teve para mim. me alegra saber que vivi algo significativo na companhia de pessoas especiais. talvez se eu soubesse que perderia algo tão bonito, teria tentado abraçar com mais força. em uma outra vida, espero que o destino possa ter o dom de realizar desejos e me guiar na direção de alguns de vocês novamente.
          	
          	escrevendo ou não, meu coração seguirá enterrado aqui.
          	
          	com amor,
          	alice.