Tenho deixado de escrever muito por aqui (ou por qualquer lado, to be honest) não porque perdi a minha paixão pela escrita, mas sim porque me tenho dedicado a viver a minha vida. Durante anos, aprendi a isolar-me, a esconder sentimentos, a desconfiar de tudo e todos. Tinha poucos amigos e não tinha jeito nenhum para falar com os outros. Perdi muito tempo da minha vida a ter medo e agora estou simplesmente cansada disso.
Porque eu quero viver. Eu quero simplesmente viver. Quero sentir o sabor do vento, quero não ter medo de subir a uma árvore, quero viver, experenciar a dor tal como ela é. Quero aproveitar, quero sair de casa, quero conhecer mais sobre mim e sobre o mundo em que estou. E é isto que tenho feito neste verão que ainda nem a meio vai. Resultados? Sinto-me mais viva que nunca, sinto-me feliz, sinto que finalmente consegui destruir a muralha que durante anos construí. Agora sou young, wild and free, como o Snoop diz. Aprendi a gostar de mim, aprendi a não julgar ninguém antes de os conhecer, aprendi a manter a postura, aprendi que mudar não é sempre negativo. Mudar é o melhor que pode acontecer, mudar é crescer, é aprender a viver e a experimentar o desconhecido. Se hoje posso dizer que estou bem, é graças às grandes mudanças que me obriguei a fazer, graças às difíceis decisões que tive de tomar e às inúmeras pessoas que tive de simplesmente deixar ir. Nem todas as pessoas são indicadas para se manterem na nossa vida e, por mais que gostemos muito delas, não podemos sujeitar-nos a situações que sabemos que não nos fazem bem. O nosso bem-estar é algo que temos de aprender a cuidar, a respeitar e a amar. Nós nem sempre vamos ser bons, equilibrados. Vamos sofrer, vamos magoar, vamos cometer erros. Mas a vida é exatamente assim, sem dor nunca vamos saber viver.