Eu existo nos intervalos,
entre o que penso e o que nunca digo.
Guardo o mundo nos detalhes,
nas luzes que piscam fracas,
nos silêncios que ninguém escuta.
Não procuro ser visto.
Procuro sentir.
E talvez,
se tu ficar aqui por tempo o bastante,
consiga me ler
como eu leio tudo ao meu redor:
devagar,
com cuidado,
e sem pressa de ir embora.