"Ver aquela cena me deixou petrificado. Eu não sabia o quanto era ruim essa sensação de ter a pessoa amada arrancada completamente de sua vida.
O chão se encontrava em um estado lamentável de vermelhidão. O sangue dela já estava grudado minuciosamente no piso, se seu corpo não estivesse ali, ao meu lado, eu pensaria que haviam jogado tinta por minha sala.
"Um dia, iremos cair em um mar de desespero, iremos nos afogar em nossas lamentações e, talvez esse seja o fim." Era o que eu via escrito no espelho do corredor com baton.
Sera que havia feito algo errado? Ou apenas não fiz o certo para tirá-la desse fim? - pensei.
Eu não sabia como responder minhas perguntas, mas sabia o que eu teria que fazer. Caminhei lentamente ate o banheiro, peguei uma das navalhas que eu usava quase que diariamente para fazer a barba e a cravei em minha costela. Minha mao estava toda ensanguentada e a dor que eu sentia era imensa, minha espinha esfriava fazendo com que todo o meu corpo tremesse."