Para mim, não vejo sentido em ir pro psicólogo em busca de melhorar sabendo que nunca vou melhor are que vou ser o mesmo merda de sempre, não faz mais sentido ir para escola sabendo que meu futuro vai se tratar de apenas um cara cansado e deprimido, quase morrendo, na frente de um computador, não faz sentido viver uma boa vida se no final eu sei que vou morrer, não faz sentido beber água se posso claramente ainda estar desidratado, não faz sentido comer se posso estar sofrendo de uma desnutrição, não faz sentido respirar sendo que um dia meus pulmões vão parar funcionar. Nada para mim tem sentido agora. Junto da falta de sentido que apenas acumula-se em mim, eu descubro cada vez mais sobre a sociedade e como ela vive, querendo cada vez menos participar dela.
A melancolia de uma semana deprimida e sem graça engoliu-me fazendo estar aqui escrevendo com minhas dores? Ou sou verdadeiro e há dias em minha tristeza se liberta? Não sei, só sei que existir não é igual a viver. Vivendo você vive cada momento, sensação e emoção como se o mundo estivesse acabando, existindo você somente preza pelo fim do dia sem esperança do amanhã. Ouvi numa música que viver é melhor que sonhar, mas por quê? Por quê? Se o "meu viver" não faz sentido, é difícil, complicado, deveras complexo, é um lixo, na verdade, ele mal existe?
Eu queria poder morrer nesse momento, não no sentido de minhas funções vitais cessaram o funcionamento, mas sim de querer me sentir mais vivo, encaixado como uma peça de quebra-cabeça na humanidade, sentir-me libertado de uma dor que eu nem sabia que tinha ,porém, que finalmente saiu de mim, sentir-me livre para ser quem sou e feliz do jeito que eu sou, conseguir me sentir confiante e com boa autoestima e inúmeras coisas que queria sentir, mas que meu cubículo mental, vazio e solitário, por agora, não é capaz.
Essa é a minha dor transformada na arte da literatura.