eu não sei nadar,
mas ainda assim,
eu mergulho na escuridão da minha mente.

nela, às vezes, encontro estrelas,
luas
e esperança.
elas embelezam o breu assustador...
elas enfeitam o vazio, o lúgubre...
elas me animam...

mas, elas não me ensinam a nadar.

e por não saber nadar,
às vezes eu não consigo seguir o mesmo caminho de antes
e por não o seguir,
eu acabo encontrando os buracos negros,
as explosões,
os ecos do big bang,
o lixo espacial,
o pó dos planetas destruídos...

e o silêncio
no vácuo.
o silêncio
do vácuo.
o meu silêncio,
o meu vácuo.

eu não sei nadar
e, por isso,
eu me perco na imensidão infinitamente estreita,
gigante,
profunda,
limitada,
extensa
e sufocante
que há em mim.

eu não sei nadar,
desculpe-me,
mas eu não sei...
e é por isso que eu me perco tantas e tantas vezes,
e me desespero
porque dizem que é quando se perde,
que se encontra
e eu ainda não me encontrei...
  • JoinedOctober 11, 2014



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