"[...] Pérola estava sendo pressionada contra o vão entre uma estante de livros e a parede, nos fundos da biblioteca. Ela correu as mãos pelos cabelos de Theodore Nott que tinha a mão direita apertando sua cintura, enquanto a esquerda segurava seu rosto, aprofundando o beijo. Aquilo era totalmente inapropriado e muito indecente, mas Pérola não conseguia pensar direito quando tinha a lingua de Theo deslizando pela sua, produzindo sons baixos que eram abafados pelo beijo.
Theodore era… de tirar o fôlego, literalmente.
A necessidade de ar se fazia presente de tempos em tempos e dessa vez, Pérola estava pronta para dizer que eles precisavam voltar para a festa, que as pessoas iriam sentir falta deles e isso seria suspeito, que ela era, de qualquer forma, a anfitriã… a aniversariante e precisava falar com as pessoas. Mas…
Quando sentiu os lábios macios e molhados de Theo por toda parte: no canto da boca, nas bochechas, na mandíbula, no maxilar, no pescoço e na clavícula…
Ela quase se esqueceu que eles não podiam estar ali.
— Theo...
— Não fala nada.
— Nós precisamos v-voltar…
— Não fala nada, amor – pediu, erguendo a cabeça, olhando no fundo dos olhos de Pérola. — É o seu dia e eu estou aqui para fazer você se sentir bem.
Os olhos verde-musgo, que normalmente são frios, brilharam tão intensamente para Pérola que a garota não teve outra escolha, a não ser acenar positivamente com a cabeça e puxá-lo pelo colarinho das vestes para selar seus lábios novamente. E mais uma vez se perdiam um no outro, como vinham fazendo a mais ou menos uma hora desde que escaparam furtivamente da festa — ou, como vinham fazendo a quase um ano, se esgueirando pelos armários de vassouras, jardins, corredores e salas vazias na escola durante as aulas.
Theodore Nott era um território perigoso."
Um pouquinho do que vem por aí no segundo capítulo de Pássaro Brilhante para vocês :)