Londres havia amanhecido como sempre, nublada. Luna estava terminando algum de seus deveres que recebeu de sua universidade, logo escutando passos. Era John, que também tinha o costume de acordar cedo para realizar as suas ações matinais:
— Bom dia. Luna, dormiu bem?
— Bom dia Hamish. Sim, eu dormi bem. - respondeu a mais nova, vendo um sorriso se formar nos lábios do mais velho
— Você nunca vai parar de me chamar por este nome, não?
— Eu acho ele bonito, algum problema capitão Watson?
— Nenhum cadete Holmes, apenas acho engraçado como você não se esquece dessas coisas e ainda usa as mesmas piadas. - dizia o mais velho, indo para a cozinha - Aceita chá?
— Sim, obrigada.
Assim um silêncio pacifico é impregnado no ar, sendo seguido por um Sherlock que tinha sérios problemas com as manhãs. A mais nova logo sorriu, fechando seu aparelho tecnológico enquanto via o mais velho pegar uma pasta de cima da mesa central com um símbolo do local onde Mycroft trabalhava. Curiosa a mesma se aproximou do outro e começou a ler os documentos pelos ombros do mais velho, que inconscientemente começou a brincar com os fios lisos e escuros dos cabelos dela, que nada disse por estar acostumada com os outros brincarem com o próprio cabelo.
John logo voltou para a sala, vendo a proximidade que os dois irmãos tinham e quanto eles eram parecidos. Tanto fisicamente como suas ações. Sorriu com graça, logo se aproximando e entregando uma das canecas para a mais nova, que aceitou de bom grado, e outra para seu melhor amigo que agradeceu ao sentir a porcelana entre seus dedos. Sentou-se em sua poltrona avermelhada e continuou encarando os dois irmãos, que brilhavam pela luz fraca do sol que entrava pela janela atrás deles, logo pegando seu jornal e lendo o que estava escrito.
O tempo passava enquanto John lia alguns casos em voz alta e Sherlock os resolvia sem nem ver nada, enquanto a mais nova dos presentes escrevia algum trabalho de artes em seu portátil (lap top) e sorria ao ver que a mente de seu irmão continuava a funcionar rapidamente. John logo suspirou derrotado e voltava a escrever para os clientes do amigo as resoluções dos casos que foram resolvidos em menos de 30 minutos. O homem esbelto logo voltou seu olhar ao amigo que digitava em uma velocidade impressionante e admirava cada característica que ele tinha. Desde uma ruga até as mãos que pareciam calejadas de suas missões militares.
Porém, o mesmo logo teve seus pensamentos arrancados de si ao notar sua irmã olhar fixamente para seu violino que estava guardado em sua caixa perto de suas várias partituras e, com um sorriso nostálgico, a chamou pelo nome dizendo que, se ela quisesse, poderia mexer nele. Mas que era para ela ter cuidado. Ela olhou animada para o mesmo, logo deixando seu aparelho tecnológico de lado e se aproximando do instrumento que os Holmes possuíam tanto carinho e apreço. Enquanto ela o afinava, John havia terminado o que estava digitado e começou a olhar para sua ex-aluna que mantinha sua postura ereta e continuava com o que fazia de modo quase que profissional.
Ao ver que ele estava pronto, a mais nova se aproximou de seu portátil, mexendo nele e deixando alguns instrumentos tocarem e pelo ritmo foi possível identificar qual era a música que ela iria tocar. O nome era "He's a Pirate" na versão de Taylor Davis.
Assim que a mais nova terminou de tocar aplausos podiam ser ouvidos dos dois presentes. O detetive consultor parecia orgulhoso enquanto o ex-militar estava de queixo caído, por nunca ter imaginado a habilidade que a mesma tinha com aquele instrumento. Esse pensamento acabou o guiando até seu melhor amigo e colega de apartamento. Lembrou-se da bela postura que o mesmo tinha quando tocava o fino instrumento de frente para a janela. Não poderia identificar as músicas que o mesmo tocava, porém, poderia sentir que aquela era uma forma única que ele tinha para se expressar.
Seus cachos escuros brilhavam com a luz prateada do luar, que se misturava com a cor quente das chamas da lareira que sempre era acesa durante a noite por estar frio, com seu robe vinho que ia até os tornozelos do mais alto. Não poderia negar, Sherlock Holmes era sim, um homem muito atraente.
A mais nova deu uma leve pigarreada enquanto olhava para o loiro grisalho, que se virou um pouco assustado por ser pego de surpresa. Ela sorria marota, vendo o outro ganhar um tom rubro nas bochechas e se virar para outro lado, provocando um riso na mais nova que guardou o instrumento e saiu dizendo precisar se trocar por prometer encontrar seu outro irmão naquele dia. O pálido logo olhou para o loiro, que parecia mais calmo, com certa curiosidade sobre o que havia acontecido naquela troca de olhares, mas não questionou nada, voltando a prestar atenção nos papéis que tinha em mãos.
Mycroft estava em seu escritório lendo algum documento que lhe fora entregue até escutar uma batida na porta, era sua secretária que parecia levemente confusa. Questionou o motivo dela estar ali e logo recebeu uma resposta que lhe fora agradável aos ouvidos. Luna Holmes estava na recepção e parecia querer falar como o mesmo. Com uma animação aparente, o mesmo pediu para a mulher guiá-la até seu escritório, pois ele estava esperando pela mesma.
Depois de alguns minutos, Luna já estava sentada de frente para a mesa do irmão mais velho, escutando o mesmo comentar algo sobre seu trabalho cansativo que tinha ali. Luna logo riu de seus comentários, feliz por estar de frente do mesmo depois de tantos anos e, como que em um estalo, a mesma se lembrou dos casos que leu nos papéis que estavam com o detetive consultor de Baker Street e logo questionou eles. O mais velho suspirou, sabendo da curiosidade que a mais nova sempre tinha e como aquilo sempre mantinha ele e Sherlock ocupados.
Com um suspiro o mesmo começou a explicar os ocorridos dentro da Inglaterra e como o mundo estava um caos graças esses casos bizarros que ocorreram por todo o mundo. Até ele precisar parar de falar por receber uma ligação de sua secretaria. Ao escutar o que a mesma dizia, sua expressão neutra se transformava em séria. A mais nova logo entendeu aquilo.
Mais um desses casos haviam acontecido.
Quase que instantaneamente a mais nova recebeu uma mensagem em seu celular. Era ELE. Logo pediu licença e foi calmamente até o banheiro, para não desconfiarem de suas ações. Lá, Luna tirou seu celular do bolso e viu uma mensagem que conhecia muito bem a quem pertencia.
Espingarda presa. Localizar. Time.
?
Aquelas palavras desconexas sempre fizeram sentido para a mesma, deletando a mensagem em seguida e sorriu. Aparentemente estaria ocupada essa noite.
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O Emblema
FanfictionEis enfim um grande mistério que paira o mundo. Embalagens com um símbolo vermelho misterioso surgem nas mãos de muitas pessoas, que acabam por cometerem terríveis atrocidades. Mycroft e Sherlock parecem perdidos neste caso, sendo obrigados a cham...