I will be home for Christmas// Loki Odinson

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Os moradores do palácio real de Asgard estavam bastante confusos. Quase metade dos guardas da morada real haviam sido realocados de seus postos para outras funções, as quais consistiam, basicamente, em pendurar, por todo lado, alguns enfeites bastante... diferentes. Alguns deles eram na cor real e em prata, mas vários eram vermelhos e dourados.

Centenas de parafernália decorativa.

Em todos os cômodos, corredores, ambientes, salas e salões públicos havia gente se empenhando na decoração. Ninguém entendia direito o que estava acontecendo, porém não havia uma única voz corajosa o suficiente para questionar. Não quando tudo estava sendo feito sob supervisão da rainha, não quando qualquer questionamento sobre ou para a rainha era visto como uma ofensa pessoal pelo rei.

Verdade seja dita, mesmo que não existisse a possibilidade de enfrentar a fúria do rei, ninguém reclamaria da tarefa incomum, pois todos tinham um ponto fraco pela rainha. E era a monarca quem estava supervisionando tudo. Se alguma coisa não estava como ela queria, ao invés de esbravejar ou zombar - como seu marido impaciente geralmente fazia -, a rainha calmamente explica como deveria ser feito.

As personalidades tão diferentes dos dois seriam suficientes para questionamentos sobre como o rei havia conseguido conquistar sua esposa, mas todos podiam perceber as mudanças nele. Apesar de ninguém poder acusá-lo de ser um poço de paciência, Loki de Asgard havia crescido para longe do adolescente temperamental e cruel que um dia fora.

Desde que assumiu o trono, após a abdicação de seu irmão, o reino iniciou um período de prosperidade e paz. Não havia mais sombra do adolescente egoísta que o filho mais novo de Odin um dia foi. Porém foi quando o Rei se apaixonou por uma mulher de Midgard que tinha se mudado para Asgard, graças aos tratados firmados com a Terra como prova de boa-fé, que a mudança maior aconteceu. O reino viu seu comandante supremo se tornar mais calmo e compreensivo, tornando-se cada vez mais o líder que todos precisavam.

A nova Rainha foi uma surpresa para todos. Ela tinha a aprovação quase unânime dos súditos, além de ser o rosto mais conhecido e a pessoa mais querida de Asgard. Sua bondade, animação e prestatividade eram percebidas por todos. Assim, como tantos olhos prestando atenção em todos os seus movimentos, por mais que ela tentasse disfarçar e manter a postura, seus súditos percebiam como Sua Majestade ficava abatida naquela época do ano.

Assim, foi uma boa surpresa para os dois guardas cuidando da decoração do portal da sala do trono quando foram desviados da sua tarefa pela voz animada aos pés da escada:

- Agdar, Gilles? Isso está ficando ótimo!

Ambos olharam para baixo e encontraram Rainha Cecília, em um longo vestido verde musgo de mangas curtas, um exuberante colar de esmeraldas e diamantes e uma delicada tiara com as mesmas pedras preciosas sobre os cabelos castanhos.

- Majestade. - Agdar assentiu, solenemente.

O outro soldado, que era menos inibido que o amigo, também abaixou a cabeça de maneira respeitosa, mas comentou:

- É bom vê-la tão satisfeita, Majestade.

Cecília abriu um daqueles sorrisos suaves que ela sempre tinha para oferecer e respondeu:

- Obrigada, Gilles. E obrigada por terem se oferecido para ajudar na decoração. Significa muito para mim.

Os dois súditos trocaram um olhar rápido. Nenhum deles tinha se oferecido para sair de seus postos de guarda da área Leste do palácio para decorar os salões com aqueles enfeites que ninguém entendia o significado. Estava claro, portanto, que alguém tinha contado uma história alternativa à Rainha. Todavia, como os veteranos de guerra tinham uma boa noção de quem exatamente era o autor daquele conto, nenhum dos dois explicou como Loki tinha esbravejando ordens, detalhando e planejando cada centímetro da decoração. Uma verdadeira operação de guerra.

Merry Christmas Darling [one-shots de natal]Onde histórias criam vida. Descubra agora