Capítulo Final - Perdoa Pai, Eu Pequei

521 44 21
                                    


Nem acredito que chegamos até aqui, estamos nisso por horas, semanas, meses, mas está acabando, agora são só essas últimas linhas aguentando a loucura desses personagens icônicos. Foi um ano difícil para todos nós, começou com esse BBB louco, do nada uma pandemia, nossas rotinas viradas de cabeça pra baixo, essa fanfic por muitas vezes quando eu me sentia sentia muito vulnerável e instável e em meio uma crise de ansiedade ela me ajudou a manter contato com a realidade, acho (Uma fanfic que ajuda a se manter perto da realidade, enfim a hipocrisia) Traduzir PPEP e ver suas reações foram uma das únicas coisas que me deixaram feliz quando minha ansiedade estava no auge. Dentro do fandom girafinha conheci ótimas pessoas e tive ótimas conversas e debates sobre certos assuntos que, infelizmente, ainda são muito invisíveis em qualquer sociedade. Alô @ExGirafinhas. Enfim, queria agradecer a todas pelo amor, apoio e imensa paciência durante esses meses? Isso é tudo para o safari. Espero que gostem do fim... ACELERAAAAAAAAAA!

_____________________________________________________________________

O fato deles começarem a conspirar com Rafa não me incomodou muito porque meu humor atingiu um estado em que eu simplesmente não poderia me importar com nada, contanto que eles me deixassem em paz podiam conspirar com o papa, mas seria bom demais pra ser verdade. O pensamento de seus olhos constantemente em minhas costas e suas vozes falando sobre mim me deixou com raiva e triste, e comecei a me transformar no ser sombrio do quarto que Rafaella dormia (e só dormia) de vez em quando. De vez em quando, ela precisava de um pouco de liberdade do fardo que eu era e preferia ficar no sofá. Eu podia vê-la murchar perto de mim. Eu estava tentando, estava realmente tentando, mas os comprimidos eram muito fortes. Agora, gosto de pensar que, se alguém se apresentasse e dissesse alguma coisa, se alguém descobrisse e me obrigasse a abandonar os remédios, as coisas teriam sido muito diferentes. Nem mesmo Prior disse nada quando ficou conosco por uma semana a caminho do acampamento. Eu acho que ele estava muito focado em seu futuro e algumas besteiras estúpidas que meus supostos pais estavam conversando com seus advogados, de acordo com ele, já que parei de prestar no momento em que ouvi o nome dos meus pais. Eu sei o que você está pensando - agora eu sei que a decisão mais inteligente seria largar o medicamento e encontrar outra solução e, ainda assim, apavorado como estava, não conseguia ver outra saída. Quando setembro chegou, voltei a Dra. Lessa para minha consulta - sozinha, mesmo que Rafaella tivesse insistido em vir comigo. Foi ridiculamente difícil, mas finalmente fui sincera com ela sobre minha situação e medos, e meu desejo de ir para a medicação anterior, mesmo que isso significasse que eu teria que ir de casa para a aula e vice-versa. Ela não achou que fosse uma boa ideia, então ela apenas reduziu a dose um pouco. Quase não o suficiente. No segundo Natal que passamos juntos, passamos em casa por motivos muito diferentes dos do ano passado. Manu e Genilda vieram jantar e eu passei uma semana inteira pensando em como abordaria a conversa para pedir a Manu o número de telefone daquela organização; no entanto, quando chegou o momento da verdade, não consegui dizer uma palavra. Em vez de chamar a garota de lado como eu havia planejado, todos nós nos sentamos à mesa e um novo desconforto começou. Desta vez, porém, eu não poderia me importar menos.

"Quando vou ter netos?" Foi assim que tudo começou, quando Rafaella engasgou com seu risoto. Ela olhou para mim, toda vermelha por seus esforços para não morrer de uma forma tão estúpida, mas eu evitei seu olhar, sem saber quais eram suas intenções e sem vontade de ter aquela conversa - especialmente porque eu não tinha certeza de onde ela estava nesse aspecto e eu era e sou inflexivelmente contra criar qualquer coisa que possa se tornar estúpida. Além disso, trabalhei muito no meu corpo para jogar tudo fora por causa de um parasita alienígena.

"Não olhe para mim, eu não vou gerar um ser", foi tudo o que eu disse.

"Bem, eu também não ... desculpe, mãe," Rafaella sorriu, parecendo aliviada.

Perdoa Pai, Eu PequeiOnde histórias criam vida. Descubra agora