Eu fui pro meu quarto na esperança de descansar mas acabei sentindo um cheiro estranho. Fui seguindo até chegar na porta do Deidara, era um forte cheiro que eu já conhecia e não estava gostando nada daquilo.
Arrombei a porta e encontrei Deidara deitado sem camisa na cama, uma carreira de pó em cima da estante e um baseado na mão. Ele estava com cortes feios pelo corpo, os olhos muito vermelhos e inchados encarando o teto com kunais encravadas.
Seu manto estava no lixo e sua argila toda jogada no chão, o quarto todo bagunçado e várias esculturas quebradas pelos cantos, como se ele tivesse as jogado pra descontar a raiva. Ele nem notou minha presença, fui até o banheiro e tinha muito sangue na pia, erva espalhada pelo chão e vômito no chuveiro.
Eu estava em um misto de raiva e preocupação, fechei a porta do quarto dele e fiquei encarando esperando uma explicação ou ao menos um sinal de que estava vivo. Ele apenas tossia as vezes e tragava o cigarro, até que moveu os olhos pra minha direção.
Deidara- Você está linda como sempre.
- Por que faz isso?
Deidara- Te amar? Eu também não sei...
- Não, usar drogas! Você sabe que isso só piora as coisas!
Deidara- A única droga aqui é meu coração, eu queria tanto arrancá-lo fora...
- DEIDARA PARA!
Ele se sentou na cama devagar, me olhou nos olhos e começou a chorar. Meu coração apertou na hora e eu corri abraçar ele. Não sabia pelo que estava passando, mas queria ajudá-lo. Ele me afastou, levantou e disse:
Dei- Não S/N, sai de perto de mim, eu sou um lunático, débil mental e psicopata! Não chega perto, eu posso te machucar, sai daqui!
- Eu não vou sair do seu lado, meu anjo, me escuta!
Dei- Não não não, sai agora!
Ele passava as mãos pela cabeça e puxava seus cabelos, dava pra ver de longe que estava surtando, mas eu não tenho medo. Segurei firme os braços dele, coloquei-os ao meu redor e abracei ele forte.
- Eu não vou sair do seu lado, tá legal? Seja lá o que estiver passando, vamos continuar juntos, beleza? Você não me abandonou quando eu estava mal, não farei isso com você!
Ele me abraçou firme e começou a chorar mais ainda, eu estava despedaçando vendo isso.
Dei- As vozes não saem da minha cabeça, s/n, eu estou louco! Não aguento mais isso e minha única saída é essa, definhar até morrer de overdose ou suicídio, sei lá, não adianta tentar me ajudar, não quero ser um fardo pra você! Eu tentei s/n, juro que tentei seguir em frente, mas só piora! Não me ajuda, sai daqui, rápido! Arruma outra pessoa, uma que consiga te fazer feliz como eu nunca vou e sai daqui!
Ele dizia tudo em meio as lágrimas e me empurrou fraco pra longe, ia pegar novamente o cigarro mas eu não deixei. Joguei no chão e pisei em cima com força, ele deitou na cama pegou o travesseiro e gritou nele, eu nunca vi uma cena tão triste sem saber o que fazer.
Ele com certeza estava com problemas mentais e precisava urgentemente de ajuda, isso explicaria o porquê dele ter se apegado tanto em mim tão rápido, será que o sentimento era só um surto? Será que o fato dele me amar pode ter sido algum tipo de gatilho emocional pra isso? Eu não fazia ideia e estava me desesperando também.
Percebi que ele estava passando tempo demais no travesseiro e estava ficando branco, tentando se suicidar por asfixia bem na minha frente? Eu tirei ele rápido da cama, sentei ele no chão com delicadeza e percebi que os cortes pelo corpo não eram de batalhas e sim para descontar a dor interna.
Ele estava agonizando no chão e gritando mais do que nunca. Fiz uma bolha de cristal ao nosso redor, sentei ao lado dele e olhei no fundo dos seus olhos azuis apaixonantes, que agora estavam vermelhos e assustados, e o beijei. Fiquei com a boca encostada na dele por uns 10 segundos, ele havia relaxado muito mais e quando percebeu o que estava acontecendo, me puxou pro colo dele e pediu passagem com a língua, obviamente eu aceitei.
Nos beijamos pra caralho, ele passava as mãos pelo meu corpo todo com direito a lambidas por parte de suas bocas e eu rebolava em seu colo, até seu amiguinho já estava acordado, suspiros e gemidos baixos por parte dos dois completavam a cena.
Quando eu percebi que ele estava bem mais calmo, separei nossas bocas e olhei nos seus olhos, estavam menos vermelhos mas continuavam inchados, porém brilhavam. Ele estava corado e respirando normalmente agora. Eu sorri com gentileza e ele deu um suspiro, apoiando sua cabeça na curva do meu pescoço inspirando fundo. Eu me arrepiei com isso e ele voltou a olhar nos meus olhos.
Dei- S/N, me perdoe por me ver dessa maneira, é que as vezes eu não consigo controlar e acabo nisso...
- Não precisa se explicar, meu bem, deve ser difícil pra você falar sobre.
Dei- Realmente, mas não devia ter te envolvido nisso, perdão, por favor!
- Perdôo sim, mas só se isso não acontecer de novo, ouviu bem?
Dei- Não prometo isso, apenas juro que tentarei me controlar melhor!
Ele disse isso e deu um sorriso, que foi como um tiro no meu peito. Caralho, que sorriso, que beijo, que homem! Até no meio de um monte de drogas ele fica gostoso... esse cara me deixa louca!
- Sabe que horas são? Hora de arrumar esse quarto e se arrumar, temos uma festa hoje as 20:30 e você vai sim!
Dei- Poxa, eu estou cansado, pode me ajudar a arrumar? - ele disse fazendo um biquinho.
MEU DEUS QUE FOFO
- Mas é claro, você começa limpando aqui e eu limpo o banheiro, se eu pegar você fumando ou cheirando aqui dentro de novo faço limpar com suas 3 línguas!
Dei- Ain tá bom, mamãe!
- Idiota - começamos a rir e fomos limpar toda a sujeira que estava aquele lugar.
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Cristal Explosivo - Imagine Deidara
FanfictionVocê tem um passado e presente rodeado de mistérios, abandono e tristeza, mas mal sabia que sua entrada numa organização criminosa mudaria seu triste destino.