o mar e o céu

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Ron acordou em uma rede amarrada à dois coqueiros. Ele estava em uma praia linda.

A areia era totalmente branca e limpa de qualquer sujeira. As árvores onde ele estavam eram altas, fortes e cobertas de folhagens verdes saudáveis, também tinham frutas maduras e perfeitas. Do lado direito da praia tinha um monte muito bonito, ele parecia que lá em cima tinha um rio porque a água caia dele em direção ao mar. O céu estava azul como sempre e tinha algumas nuvens solitárias por lá e ali, dando uma sombra desejada em alguns pontos da praia. A água era cristalina de um jeito nunca visto, na beira da praia ela tinha a tonalidade verde como a de uma esmeralda e então ia destilando até o azul cri
stalino.

Definitivamente, o paraíso.

Quando Ron olhou novamente para o mar, viu Blaise entrando na água. Ele vestia um calção de banho preto. Ele percebeu que Blaise tinha uma tatuagem nas costas também, era um triângulo de cabeça para baixo com uma onda dentro.

Ron já tinha visto muitas tatuagens bruxas em sua vida, tinha até mesmo cogitado fazer algumas em seus pensamentos rebeldes da adolescência. Tatuagens bruxas podiam se mexer e mudar de cor conforme o encantamento de que eram feitas mandava. Era lindo. Mas ele também já tinha visto tatuagens trouxas também, aquelas que não se mexem ou mudam de cor, mais "simples", o próprio padrinho Sirius de Harry tinha algumas, pretas e imóveis, mas não menos bonitas.

Ele reconheceu que a tatuagem nas costas de Blaise era feita por tinta e não magia. Ele, um puro sangue, com a família ligada aos Sagrados Vinte e Oito. Ainda sim, a sua tatuagem era trouxa. E linda.

Blaise começou a caminhar em direção a água e Ron o seguiu, ainda sem dizer nada. Mas ele realmente perdeu a fala quando Blaise chegou em uma parte onde o mar se dava início e ele não tinha os pés na água, seus pés flutuavam e caminhavam pelo chão invisível. Ele estava a uma distância grande de Ron - que ainda estava com seus pés na areia - quando o ruivo o chamou.

— Blaise... — sua voz estava instável, como se tivesse medo, e de fato tinha. Blaise estava no meio do mar e Ron estava no chão, seguro e tudo que ele queria era que Blaise estivesse seguro.

Blaise se virou para ele e mesmo naquela distância, Ron ainda pôde ver os olhos de Blaise. Antes cheios de vida,  paixão, humor e malícia, agora tão vazios e sem vida. Antes castanhos fortes e agora inexplicavelmente roxos.

O chão invisível pareceu ceder quando os olhos de Ron começaram a oscilar em sua coloração castanha novamente, até que o castanho voltou e o chão quebrou. Ron assistiu Blaise cair no mar. Ele assitiu Blaise não voltar a superfície também.

Ron correu, esperando que aquele chão invisível o sustentasse também, mas isso não aconteceu porque a água estava em seus tornozelos e então seus joelhos e coxas, até o momento onde chegou no local onde viu Blaise uma última vez e a água estava em seu pescoço. Ele mergulhou, mesmo não sabendo nadar direito e esquecendo que tudo aquilo passava na cabeça de Blaise, realmente não se importando, ele só precisava salvar seu amor e tudo ficaria bem.

Enquanto ia nadando até o fundo, onde via a linha de bolhas surgir, ele sentiu suas pernas grudarem uma na outra e depois não padecia que ele tinha pernas e si apenas um membro inferior só. Quando olhou para cima, viu uma calda de peixe muito bonita, oscilando entre o vermelho e o laranja. De repente descobriu que conseguia respirar e que estava nadando muito mais rápido do que antes.

Ele era um tritão?

Por que ele era um tritão?

Ele estava alcançando Blaise, vendo que ele estava preso ao chão e sem respirar. Ron entrou em desespero e se apressou. Logo estava à frente do sonserino.

Listen With Your Heart • drarry & blonOnde histórias criam vida. Descubra agora