Capítulo 68

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Chase

Quando acordei, já era noite. A lua brilhava cheia lá fora, trazendo a única fresta de luz que iluminava o meu quarto.

Charli não estava mais ao meu lado e por baixo da porta, eu via a luz que vinha da sala de estar.

Levantei, vesti uma cueca e fui à procura dela. Ela lia um livro sentada no sofá, vestindo a minha camisa como sempre fazia quando ficávamos juntos.

— Aí está você! — eu disse sorrindo e me aproximando. Ela apoiou o livro em seu colo e sorriu para mim.

— Descansou? — ela perguntou.

— Me sinto revigorado! — me espreguicei. — Diria que estou pronto pra outra rodada.
A beijei vorazmente, a deitando no sofá. Ataquei seu pescoço, começando a morder e correr meus lábios por sua pele quente.

— É muito bom não ter que se preocupar com a camisinha, não é? Afinal, eu já estou grávida. — deu risada. Eu parei por um instante e a encarei, com um sorriso confuso em meus lábios.

— Que?

— O que me deixa aliviada é que você use preservativo com outras mulheres. Assim eu não corro o risco de pegar algo. — deu de ombros.

— Que? — repeti. Ela deu de ombros novamente.

Desviei levemente o meu olhar e sobre a mesinha de centro, eu vi uma camisinha usada ali, junto com sua embalagem original. Fiquei ainda mais confuso, até me lembrar que aquela era a camisinha que eu havia usado na noite anterior. Por algum motivo, Charli havia fuçado o meu lixo e encontrado aquilo.

— E então... — ela me empurrou bruscamente pra que saísse de cima dela e sentou-se, ajeitando seu cabelo. — Fuzz mandou uma mensagem avisando que adoraria repetir a noite de ontem. — ela me fuzilava com o olhar, como se estivesse prestes a voar em meu pescoço.

— Antes que você me xingue de todos os nomes possíveis, eu posso falar sobre o que aconteceu?

— À vontade! — cruzou os braços e me encarou como se me desafiasse.

— Sim, tudo o que você acha que eu fiz com a Fuzz ontem, eu fiz. — vi ela respirar fundo. — Mas calma! Até ontem eu não tinha a mínima noção do rumo que nós dois tomaríamos. E depois de passar a noite com uma mulher que não era você, eu vi que eu nunca conseguiria mentir pra mim mesmo dessa forma. Foi ali que eu tive a certeza de que eu nunca mais vou me apaixonar por nenhuma outra pessoa. Ninguém é capaz de me fazer sentir as coisas que sinto quando estou com você. — sua expressão ainda era a mesma. — Eu sei que está morrendo de raiva de mim agora e tem razão em estar, eu confesso. Admito que errei feio nisso e me arrependo. Por favor, não desiste da gente por causa de um erro meu. — ficamos em silêncio por alguns segundos.

— E eu estava errada quando morria de ciúmes dela? Porque você me fez pensar que eu estava. — ela disse séria.

— Eu... sinto muito. Mas você viu que eu nem respondi a Fuzz. Não quero nada com ela.

— E eu acredito nisso. — assentiu. — Não acho que esteja tendo sentimentos por ela, isso não me preocupa. O que pesa são as suas ações. E cá estão as consequências delas. Se você sente muito, eu sinto mais ainda. — ficou de pé.

— Onde vai? — comecei a me preocupar.

— Pra casa.

— Eu não queria te deixar triste... — segurei sua mão.

— Triste? Eu estou furiosa! Com muita raiva mesmo, mas não me permito ficar triste por causa de você ou de qualquer homem! Eu já aceitei que vocês são assim, não posso esperar nada.

• 𝘿𝙊𝙉𝘼 𝘿𝙀 𝙈𝙄𝙈, ᴄʜᴀᴄʜᴀ Onde histórias criam vida. Descubra agora