• 𝘿𝙊𝙉𝘼 𝘿𝙀 𝙈𝙄𝙈, ᴄʜᴀᴄʜᴀ

Capítulo 81

Chase

Bernardo tomou três injeções e o médico receitou alguns medicamentos para o dia seguinte. Não demorou muito, realmente era só alguma coisa que ele havia comido e que lhe fez mal.

Ele dormiu o caminho inteiro até em casa e quando chegamos, eu o coloquei na cama e fui tomar um banho para me deitar. Assim que terminei, ouvi meu celular tocar e atendi ali mesmo no banheiro.

— Alô?

— Chase, é o Allan. A Charli começou a passar mal e eu trouxe ela pro hospital.

— O que?? — me desesperei. — O que ela tem?? — corri até o quarto e comecei a pegar as primeiras roupas que via pela frente.

— Eu não sei, a médica está examinando ela. Ela começou a sentir dores fortes durante o jantar.

— Eu já estou indo aí.

Me vesti rapidamente e fui até o quarto de Bernardo. Eu não podia deixá-lo sozinho, ele podia se sentir mal durante a madrugada. O peguei no colo com cuidado para não acorda-lo e o coloquei no banco de trás do carro.

Dirigi até a casa de Nessa e pedi pra que ela ficasse com ele. Expliquei toda a situação e prometi que mandaria notícias sobre a Charli.

Cheguei no hospital e vi Allan sentado na recepção. Assim que me viu, ele ficou de pé e veio até mim.

— A médica disse que está tudo bem, foi só estresse. — ele disse.

— E ela se estressou com o que? — o olhei desconfiado.

— Por que você não conversa com ela? Quarto número oito.

Fui até lá e antes de entrar, bati duas vezes na porta. A médica abriu a porta e se afastou para me dar passagem.

— Oi, meu amor. — Charli sorriu ao me ver. Fui até ela e lhe dei um selinho.

— Como se sente? — perguntei.

— Agora estou melhor.

— E o bebê? Tudo certo? — perguntei olhando para a doutora.

— Sim. Ela só teve uma carga alta de estresse e isso causou algumas contrações, mas não foi nada grave. Só indico que até o fim da gravidez você se mantenha em repouso absoluto, evitando se estressar e se esforçar o máximo que puder.

— Isso vai ser fácil agora que eu não tenho mais emprego. — riu pelo nariz.

— O que? O Allan te demitiu?

— Não necessariamente, mas ele vendeu a D'amelio's e eu sei que o novo dono vai querer assumir a presidência.

— Mas que filho da... — fiquei de pé.

— Por favor, não faça nada. A gente já esperava isso.

— Mesmo assim, caramba você tá grávida! Custava esperar pra fazer merda depois que a Marie nascesse? Olha o susto que a gente tomou por causa desse babaca! — eu estava furioso.

— Eu sei, mas brigar não vai mudar isso.

— Tudo bem, eu não vou fazer nada, só preciso de um pouco de água, tá? Eu já volto. — beijei sua testa e saí do quarto.

No caminho para o bebedouro, eu observei Allan andar de um lado para o outro na recepção enquanto sorria conversando com alguém ao celular. Esse desgraçado nem parecia estar com remorso por quase ter feito a Charli ter um parto prematuro!

E mesmo prometendo que não iria brigar, eu não ia conseguir ver ele se sair dessa sem nem ao menos levar um sacode.

Fechei meu punho com força e caminhei até ele. Allan foi surpreendido por minhas mãos, indo direito na gola de sua camisa e o empurrando contra a parede. Seu celular voou longe com o impacto e ele me olhou com uma interrogação no rosto enquanto eu o apertava.