Vinte e três 🚰

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Não me odeiem porfavor............

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Chaeyoung colocou as mãos dentro do bolso do moletom, pois de repente sentiu um frio bater, seu corpo todo se arrepiou. Ela caminhava para fora da sala de teatro, estava cansada.

Andava devagar, estava sem pressa alguma, pegou sua bicicleta velha roxa, e antes que pudesse sair viu um pouco mais distante a Kim.

Ela estava na calçada em frente aos portões da escola, não parecia nada feliz, estava com uma expressão preocupada e batia o pé no chão, impaciente.

Segundos depois um garoto que também era estudante da mesma escola que elas se aproximou de Dahyun.

Chaeyoung não conseguia ouvir o que estavam conversando e viu o garoto olhar em volta, então fingiu arrumar a corrente da sua bicicleta para disfarçar.

Estava praticamente deserto o local todo.

Ajoelhou-se de costas para os dois, e cutucou a corrente cheia de gracha, pouco tempo depois deu uma espiada.

- O que esse babaca tá tentando fazer?… - Pensou consigo mesma vendo as atitudes que deixavam a Kim desconfortável.

O tal garoto passava a mão na cintura de Dahyun, tentava se aproximar com um sorriso descarado, mesmo que a menor se afastasse, consequentemente a prendia com mais força, era possível ouvir a voz rígida da Kim.

Son sentiu seu corpo tremer, ver aquela situação era horrível, ela queria ir até lá fazer algo mas estava travada.

- Faça algo! Urgh! - Disse mentalmente, e se sentiu péssima vendo a feição da garota que estava sendo assediada.

Se encheu de raiva e pegou sua bicicleta, encheu os pulmões de ar e pedalou rapidamente até a Kim.

Parando ao seu lado com uma cara raivosa, uma sobrancelha arqueada.

Saltou da bike a deixando caída, assustando os dois e empurrou com toda a força que podia o cara.

- O que pensa que tá fazendo? - O maior perguntou visivelmente zangado.

- O que você pensa que ta fazendo? Idiota! - Chaeyoung indagou trazendo Dahyun para trás de si.

- Sua-

Son não o deixou terminar, levando seu pé bem ao meio das pernas dele, chutando o seu íntimo.

Ele caiu de joelhos sentindo aquela dor repugnante.

- Cala a boca, imbecil. - Cuspiu as palavras e virou-se para a maior. - Vamos, te levo pra casa.

Com pressa subiram na bicicleta, Dahyun pos as mãos nos ombros da menor e encostou a testa em suas costas.

Chaeyoung pedalou para longe da escola, sem rumo algum, não sabia onde ficava a casa da garota.

- Obrigada. - Dahyun sussurou, sentindo seus cabelos voarem ao vento,seu tom acabou saindo choroso.

- Eu não podia apenas assistir aquilo, aliás, ele fica muito no seu pé?

- Sim, mas é a primeira vez que vai mais longe.

- Vamos contar aos seus pais e denunciar ele. - Son passou por alguns carros e virou uma rua. - Onde fica sua casa?

Dahyun ergueu o rosto vendo o sol do entardecer desaparecer junto com o céu alaranjado.

- Podemos apenas ficar de boa? Não quero ir pra casa agora.

- Me promete que vai fazer isso depois?

- Uhum - Murmurou, desceu as mãos até a cintura da Son e a abraçou. - Amanhã você voltará a me odiar, não é?

- Se você não fosse tão … não sei explicar,  eu poderia pensar no seu caso. - Chaeyoung falou,  passavam por uma ponte onde o restinho do sol refletia na água.

A maior ficou em silêncio, então seguiram por mais alguns lugares da cidade e Dahyun disse onde morava, Chaeyoung a levou para casa e assim se despediram.

- Até amanhã, Chaeyoung.

- Até.

Son voltou para sua casa, mas no caminho acabou vendo outra cena que não lhe agradou muito.

Ao passar por um restaurante viu pelas janelas um perfil familiar, era Mina, junto a o garoto que havia visto antes com ela, Bang Chan.

Os dois estavam se divertindo tanto pelo o que parecia, Chaeyoung so foi capaz de ver o sorriso radiante de Myoui, pois pedalava com rapidez.

Seu coração doeu instantaneamente.

Estavam tão próximos, pareciam bons amigos, como um casal.

Pedalou mais rápido ainda, com uns pensamentos horríveis de ciúmes e mágoa.

Seus olhos arderam.

- Por que você me faz sentir essas coisas, Mina?

Uma buzina alta soou ao seu lado e ela parou os pés no chão arrastando a sola do tênis no asfalto

Mas não fez diferença.

Seu corpo se chocou com o capo do carro, e toda sua visão escureceu de pouco em pouco ouvindo as vozes desesperadas ao seu redor.

- Chamem uma ambulância, rápido!


A Encanadora - MichaengOnde histórias criam vida. Descubra agora