5 𝚍𝚎 𝙹𝚞𝚕𝚑𝚘

73 7 3
                                    

Found you when your heart was broke
I filled your cup until it overflowed
Took it so far to keep you close (keep you close)
I was afraid to leave you on your own

Elaine

Senti a areia molhada entrar nos meus dedos dos pés. Estava sentada vendo a água chegar aos poucos em mim, e a areia sob meus pés ser levada.

-Nani me ajuda ! - Diane grita aos risos sendo carregada pelo King.

Um aperto no meu coração me fez por a mão no peito e respirar fundo. Agora que o King saiu da clínica, eu preciso tirar ele dessa bolha de achar que as coisas são fáceis, e dizer como eu mantive ele na clínica. Abaixei a cabeça e flexionei os joelhos colocando ela bem no meio.

-Quer aproveitar a água ? - Ban estava curvado olhando para baixo, encarando meu rosto.

-Ban ! - abri um sorriso enorme.

-Ta pensando na vida, Elaine ? - ele se ergue, da a volta e senta ao meu lado.

-Como tá a sua ? - perguntei revirando os olhos.

Claro que a vida dele estaria ótima. Gente como ele não tem problema algum. E se eu tivesse um pouco do dinheiro que ele tem, também não teria problemas.

-Ta uma merda. Vou casar com uma mina idiota que eu odeio, por causa de dinheiro - ele praticamente cospe as palavras me fazendo encolher os ambros.

-Pensei que gente rica não tinha problemas - chuto um pouco de areia.

-E a sua, como vai seu irmão - olhei para ele exasperada com o fato de ele lembrar disso.

-Não tá agressivo, nem teve recaída - aquelas palavras me provocavam um alívio imenso.

-Como ele foi parar lá ? - Ban agora estava virado para mim.

-Ele conheceu uma turma errada, e se apaixonou por um cara que ensinou ele a usar drogas. Ele ficou viciado sabe - aperto meus joelhos com as mãos.

-E os pais de vocês, cadê? - os braços fortes e tatuados dele agora estavam cruzados no meio do peito.

-Pagaram a dívida do King, com a vida - me levantei e Ban logo fez o mesmo.

-Ai você começou a trabalhar e internou ele - começamos a andar lado a lado pela borda da praia.

-É, ele me deu uma facada durante uma crise de abstinência - Ban simplesmente parou e eu segui andando até ele voltar a andar e me alcançar.

Foi então que Ban segurou minhas pernas e me levantou do chão, me fazendo segurar seus ombros. Fui carregada para a água nos braços dele, da mesma forma que uma noiva.

-Ban ! - grito agarrada a ele que tinha um sorriso enorme nos lábios.

Ele me deixou por os pés na água, e logo uma onde veio com tudo me varrendo para cima dele novamente. Meu rosto bateu em seu peito, e eu quase morri de vergonha de sentir seus músculos.

-Você é muito levinha - Ban zomba de mim.

-Eu não tenho culpa de você parecer uma geladeira, e das caras - e ele explode em risadas.

Voltamos para a areia, e seguimos até as mochilas de King e Diane. Retiro minha roupa e deixo lá, ficando só com o biquíni que estava por baixo. Ban tirou a camisa, segurou minha mão, e nós dois corremos para a onda.

Fui parcialmente afogada, mas as mãos de Ban me seguraram pela cintura e me ergueram no ar fazendo um giro quase completo.

-Seu idiota ! - grito batendo nos braços dele.

Quando pensei que ele ia me soltar, uma onda maior se choca em nós dois, fazendo Ban desequilibrar, e nós dois cairmos dentro da água.

-Ta viva ? - ele ri me olhando quando saímos da água.

King e Diane nos percebem, e seguem em nossa direção. Os dois completamente molhados, com os olhos vermelhos graças ao sal da água do mar.

-Quem é o cara ? - King olha para mim e depois para Ban.

-Um amigo. Lembra dele Diane ? - começamos a andar rumo a areia.

-Oh ! E como ! - ela ri para mim que apenas revira os olhos.

-Eu sou o Ban - ele estende a mão para King.

-Pensei que eu tinha cunhado - King me faz queimar de vergonha.

-Eu e essa miniatura ? Jamais ! - Ban começa a rir e eu pulo em suas costas puxando seu cabelo.

-Toma trouxa ! - grito e ele agarra minhas coxas colando na cintura dele, correndo até às mochilas comigo nas costas.

King e Diane correm lado a lado atrás de nós dois e logo começam a pegar toalhas.

-Vamo comprar alguma coisa pra almoçar - Diane fazia um coque alto com os cabelos molhados.

-Ah... Eu não sei se o Ban vai ficar .. - começo a dizer mas ele logo me repreende.

-Claro que vou ! - e então pega sua camisa e joga em mim.

Eu visto a camisa dele, e seguimos andando até o quiosque mais próximo. Diane começa a tirar fotos minhas e Ban começa a puxar meus cabelos ou me carregar nas costas.

-Me manda essas fotos depois ? - eu o fuzilei com os olhos.

-Me passa seu número - ele ri olhando para mim.

Os dois ficaram para trás e King seguiu ao meu lado.

-Mana, tô feliz - ele aperta minha mão.

-Eu também, muito - olho para trás, e Ban vem apostando corrida com Diane.

-Não sei o que ele é pra você, mas eu tô gostando de te ver assim - King os observa.

-Não, ele é só um riquinho idiota que vai esquecer a aventura de pobre quando o mês acabar - dou de ombros e King nega com a cabeça.

Entramos no quiosque em meio a algazarra. Escolhemos uma mesa, e pedimos algo pra comer. Almoçamos com Ban jogando caroços de ervilha na minha boca, e eu fazendo o sorvete dele de batom. Se bem que o bigode que o King fez na Diane foi bem mais criativo.

Voltamos para a água, e nós dois ficamos deitados sobre as mochilas à sombra do guarda-chuva gigante. Conversamos sobre várias coisas, com ele bagunçando meus cabelos, e quando percebi estava acordando depois de um cochilo sobre o peito dele.

-Vamo, eu deixo vocês em casa - ele ria do casal camarão.

Seguimos o trajeto inteiro bagunçando, até ele parar na rua do meu prédio.

-Tchau - fecho a porta do carro e os dois já seguem na frente.

-Ei ! Posso te ver amanhã ? - abri um sorriso afirmando com a cabeça.

-Depois do trabalho, seu mala !

Corri para o meu prédio, e o deixei sorrindo de mim. Acho que ele não é um cara ruim. Tá, definitivamente podemos ser amigos.

𝒜𝑚𝑜𝑟 𝑑𝑒 𝑣𝑒𝑟𝑎𝑜Onde histórias criam vida. Descubra agora