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Querido Diário!
Estou em um lugar alto, completamente escuro, exceto pela luz da lua que ilumina meu rosto, ouvindo um som brutalmente lindo.
Devo saltar?
Devo eu pular e acabar com toda dor?
Juro que ao pensar em saltar me vem o medo, a morte me deseja, mas ainda temo sua dor. E se saltar não for suficiente? E se ao invés de acabar a dor, eu acabe por sofrer mais do que o esperado?
A morte me chama.
Sinto ela se aproximar cada dia mais.
A lua me olha, e o vento que sinto parece afagar meu rosto. Somente a noite me entende! Ela sabe o quanto me dói está aqui.
Me trás paz, a escuridão, o manto negro do céu me conforta, os pássaros noturnos enfeitam minha visão ao olhar para cima.
É isso que o deus deles tanto fala? Viver é ser feliz? Pois não o sou.
Porque o deus deles priva-nos da liberdade?
Porque tão amaldiçoada é a noite? Se é ela que os nobres corações recorrem, ela que nos recebe com dores e nos cura, nos guarda, nos resgata. Amaldiçoado seja a luz do dia, que me trás lembranças de uma vida medíocre. E se essa fosse minhas últimas palavras!
Bendita seja a morte, que conforta a solidão em nós.
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Diário de Um Coração Falecido
NonfiksiDiário de um coração falecido é um livro em formato de diário, conta a história de um coração amargurado e dolorido. Muitas das escritas deste livro podem favorecer o suicídio, porém são apenas palavras de sentimentos que uma pessoa com depressão...