Paixão & Mentira.

Capítulo 4: Poder entre famílias

Christopher estava em seu escritório, tentando se concentrar nas tarefas do dia, mas a tensão da discussão com seu pai ainda pairava no ar. Emma entrou na sala, trazendo um ar de preocupação. - Chris, você precisa ver isso. Está passando no nosso canal de notícias.

Ela ligou a TV na parede do escritório, ajustando o volume para que ambos pudessem ouvir claramente. A tela mostrava um âncora de notícias da LBNC News, com uma expressão séria.

"Em um desenvolvimento chocante, Christopher LeBlanc, filho de Harrison LeBlanc e atual herdeiro da multinacional, se envolveu em mais uma briga. Paparazzis locais registraram o momento do começo da agressão e identificaram que o outro jovem é Filippo Roy, da família de conglomerados de comunicação e concorrentes diretos dos LeBlanc.

O caso é visto pela opinião pública como chocante, após um vídeo de Christopher quebrando uma garrafa na cabeça de Filippo viralizar na internet. Outros registros também mostram o irmão mais novo da família Roy, Anton, segurando Christopher para que Filippo pudesse nocauteá-lo. Especialistas em fusões e aquisições de multinacionais apontam que esta crise pode definir o futuro de uma das grandiosas empresas de comunicação no mundo, ao ponto da outra cair em uma onda de cancelamento e esquecimento público."

A câmera mudou para mostrar o vídeo da briga, capturado de vários ângulos por diferentes fontes. Christopher viu a si mesmo em um estado de fúria, atacando Filippo Roy, seguido por Anton intervindo.

- Isso é um desastre. Emma murmurou, desligando a TV. - Como que você entra em uma briga com os Roy e quebra uma garrafa na cabeça do Fillipo, e não conta nada para mim? Além de sua melhor amiga, também sou a Relações Públicas desta empresa, Chris, o que você fez desta vez é muito sério.

Christopher esfregou as têmporas, sentindo uma dor de cabeça crescente. - Esses malditos Roy. Eles sempre foram um problema, e, aliás, eles que começaram a briga! Mas é óbvio que nenhum paparazzi iria filmar isso. Não é vendável para a imprensa, certo? Meu pai vai me matar.

Emma se aproximou, tentando manter a calma. - Precisamos de uma estratégia. Primeiro, uma declaração pública, como discutimos. Mas também precisamos pensar em como abordar a opinião pública de maneira que possamos virar essa situação a nosso favor.

- Você acha que é possível consertamos isso? Christopher perguntou, com a sua voz carregada de frustração.

- É para isso que estou aqui, amigo!  Emma respondeu com firmeza. - Temos que agir rápido. Vou preparar um rascunho para a declaração e começar a trabalhar com nossa equipe de PR, comunicação e imprensa. 

Christopher assentiu, tentando reunir sua compostura. - Faça isso. E Emma, obrigado por estar aqui.

Emma sorriu, embora preocupada. - Vai dar tudo certo, tem que dar. 

Enquanto Emma saia para começar a trabalhar na estratégia de controle de danos, Christopher se deixou cair na cadeira, contemplando a extensão do problema. A rivalidade entre as famílias LeBlanc e Roy havia acabado de atingir um novo patamar, e ele sabia que os próximos passos seriam cruciais para o futuro de sua família e da empresa. 

Próximo das 18h30, Christopher começou a sentir fome. Não teve tempo para almoçar e, por conta do nervosismo, talvez nem tivesse vontade de comer naquele momento. Lembrou-se de Olívia e do café. Pensou que passar lá poderia ser uma boa distração e uma chance de comprar algo que servisse como um almoço tardio.

Ele pegou as chaves de seu Aston Martin DB11 e dirigiu até o café. Ao chegar, encontrou Olívia sentada em uma mesa no fundo com 3 xícaras de café e algumas pequenas tortas de morangos, mexendo no macbook repleto de adesivos. Ela olhou para cima e sorriu ao vê-lo. -Christopher! O que traz você aqui de novo?

- Não tive tempo de comer o dia todo. Ele admitiu, tentando não parecer tão exausto quanto se sentia. - Pensei em pegar algo aqui.

Olívia franziu a testa com preocupação. - Você não comeu nada? Isso não é bom. Por que não saímos para jantar? Já está quase na hora de qualquer maneira e eu também não me alimentei direto hoje. Ela disse levando os olhos para a mesa. 

Christopher hesitou, mas o cansaço e a fome o convenceram. - Está bem. Vamos jantar. Eu levo.

Eles saíram do café e entraram no Aston Martin. No caminho para o restaurante, Christopher parou abruptamente. - Droga, esqueci meu celular no escritório. Precisamos voltar.

Olívia concordou, e os dois voltaram para o prédio da LeBlanc. Subiram até a cobertura, e ao saírem do elevador, deram de cara com Harrison e Emma, que estavam saindo de uma das salas de reunião.

Harrison franziu a testa, confuso e irritado. - Christopher, quem é essa garota e o que ela está fazendo aqui?

Christopher percebeu a tensão no ar e, num impulso, passou o braço pela cintura de Olívia. - Pai, ela é minha namorada, Olívia. 

O olhar de Harrison endureceu. - Namorada? Desde quando e porque não a conheço? E, aliás, em um momento como este? Como você pode trazer alguém aqui quando estamos lidando com uma crise?

Olívia sentiu a hostilidade no tom de Harrison que a encarava com um olhar penetrante, parecia que a qualquer momento rasgaria a sua pele de nervosismo. Mas manteve-se firme ao lado de Christopher, tentando entender a gravidade da situação.

Christopher manteve o braço ao redor de Olívia, tentando transmitir uma confiança que não sentia. - Olívia não é apenas mais uma das minhas noitadas, pai. Ela significa algo para mim. E neste momento, preciso de pessoas que me apoiem de verdade. Disse ele passando a mão que estava livre suavemente no machucado da boca.

Harrison trocou o alvo encarando o fundo dos olhos de Christopher, claramente insatisfeito, mas decidiu não prolongar a discussão naquele momento. - Muito bem, mas não pense que isso vai nos distrair do problema real. Precisamos lidar com a imprensa e com os Roy. E você, Christopher, terá que enfrentar as consequências de suas ações. Disse ele atravessando por eles e entrando no elevador. Antes que a porta se fechasse, ele vira para Olívia em um tom sério. - E para a senhorita, boa noite.