a velha #2

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     -Aaahh...droga,mais um longo e exaustivo dia de trabalho começa- me espreguiço coçando os olhos-
  
   -Mas fazer oque né é o preço pra ter um teto acima de mim,mesmo que seja cheio de infiltrações...- solto uma risada.

   Okay okay s/n é hora de você ir tomar café e ir trabalhar igual uma corna mansa.  

  pulo para fora da cama.

  Vou Até a única janela de meu quarto e a abro,a poeira das cortinas bate em meu nariz me fazendo espirrar....pra variar ando tão escravizada em meu trabalho que não tive tempo de limpar minha casa.
   Acho isso incrível,trabalho com limpeza todos os dias e minha casa vive imunda,o universo pode ser confuso as vezes.
  
   Coloco minha cabeça para fora da janela para sentir a sutiu brisa fresca de todas as manhãs.

   -huuummm,Eu amo esse cheirinho de pão quentinho sendo retirado do forno misturado com o cheirinho da metrópole poluída e os gazes tóxicos que os carros emanam-

  Me afasto da janela indo em direção ao banheiro.Retiro minhas roupas e as coloco encima da pia,logo entrando no box ou como eu carinhosamente  chamo "inferno invertido" pois acabei esquecendo (pra variar) de pagar as 3 contas de luz atrasadas,consequentemente sendo obrigada a tomar banhos frios no meio de um inverno congelante.

   Conto ate três e entro de uma vez só debaixo do chuveiro aos pulos.

   Me sinto um grão de milho pulando em uma panela de óleo fervente,mas pensando pelo lado positivo,água gelada faz bem pra pele.

   Tomo um banho de gato,bem rápido mesmo,seria terrível morrer de hipotermia, pois já tenho problemas demais pra lidar,não posso morrer,um caixão custa os olhos da cara.Alem do mais Séria humilhante morrer assim,dessa forma, pelada!,só de imaginar a perícia vendo eu parecendo uma galinha morta toda inchada no chão,seria degradante!

   Passo a mão para fora do box e pego minha toalha,em seguida enrolando-me nela.

   -bom,sinto que terei que tomar café na padaria da esquina de novo- murmuro olhando para o relógio.

   Termino de me secar e começo a vestir meu sutiã,logo em seguida subindo minha calcinha.

   Aonde será que coloquei meu uniforme?
   Olho a minha volta e o avisto jogado embaixo da minha cama.

   -a não....- pego ele pela manga o olhando completamente amassado.

   -bom,não tenho tempo de passar...vai assim mesmo- digo enquanto o visto com pressa.

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   Saio as pressas de casa trancando a porta.
   Começo a andar com pressa,quando me dou conta ja estou a correr pelas calçadas e esquinas pois só tenho cinco minutos para chegar em meu emprego,não é dos melhores,porém o único que tenho.

   -meu Deus,vou chegar atras.....ah- acabo trobando de frente com uma velha senhora e indo ao chão.

   A senhora vendia origamis de papel e adereços de madeira em formato de cruz,todos muito sujos e empilhados em uma cesta velha e gasta de palha.

   -a mocinha gostaria de ajudar essa velha mulher?- ela fala com um sorriso me fitando ainda caida no chão.

   -Não obrigada!- digo me levantando meio irritada pois iria me atrasar e talvez até ser demitida de meu emprego.

   Quando estou prestes a retornar a andar novamente a senhora entra em minha frente me impedindo de prosseguir e diz:

   -me de suas moedas douradas que carrega em seu bolso mocinha,pois nescessito delas mais que você- ela diz estendendo sua mão enrugada e dedos tortos apontando para o meu bolso esquerdo que continha alguns trocados,porém trocados esses que me fariam falta se eu os entregasse.

   -Sinto muito,mas não os darei,desculpe- explico para a figura dos cabelos grisalhos.

   Porém a velha senhora aparenta não ter gostado nada de minha resposta,pois fechou a cara e começou a morder seus lábios com força em um nivel que sangue começou a minar de sua boca como se fosse explodir de raiva e ódio.

   Eu por minha vez assustada com a situação decidi sair correndo dali.
   Assim o fiz,apenas a olhei assustada sem dizer mais nenhuma sequer palavra e atravessei a rua as pressas,passando na frente de vários carros.

   Após atravessar a avenida ouvindo motoristas furiosos gritando por eu ter atravessado com o semáforo vermelho,continuo meu caminho apressada porém mais calma,já estava quase chegando em meu trabalho.

   Derrepente sinto um vento soprar sobre meus ouvidos e pernas,em seguida paraliso na calçada,incapacitada de me mover ou falar.Nao vejo nada ao meu redor,tudo e todos que caminhavam a minha volta somem.

   -nem Deus poderá te livrar deste terrível castigo,sofrerá até seu último suspiro sua vadia imunda-

   Uma terrível voz grita dentro de minha cabeça,um arrepio percorre meu corpo.Quando uma terrível dor começa em meu braço,cortes profundos em forma de garras rasgam minha pele,uma sensação agonizante de paralisia,incapaz de gritar por socorro ou correr de pavor até minhas pernas quebrarem.

   Após esse episódio tudo volta ao normal como se tivesse acabado de acordar de um pesadelo,ainda desnorteada olho para meu braço e não havia nada ali,nem sinal de algum tipo de arranhão.

   - eu realmente estou ficando louca- digo com um sorriso amarelo voltando a caminhar e logo chegando na empresa aonde eu trabalho como faxineira ou como eu gosto de falar "auxiliar de serviços gerais" bem mais chique.

   Entro na mesma e lá vamos nois para mais um árduo dia de trabalho....

  
   

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