Capítulo 4

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Meses depois daquele pequeno incidente com os valentões do colégio, o foco de James era outro, se tornar aceitável para abrir contrato com pequenas editoras de livros. Pouco tempo antes de completar seus 18 anos, James decidiu visitar por uma última vez uma antiga fábrica ao sul da calma e monótona cidade de Derby, que fica a duas horas de viagem de Londres, a grande capital inglesa.

Junto de Walter, Stuart e Todd, James andou por meia hora até chegar na antiga fábrica de tecidos, que fica em frente à uma praça com uma pequena catedral. Ao final da tarde de domingo, James esperava por seus amigos sentado em um banco de pedra enquanto desvascava uma folha de uma árvore lentamente enquanto pensava sobre alguns assuntos.

James P.O.V
Três dias me separam do meu possível primeiro contrato amador... três malditos dias... mal posso acreditar nisso... superei tanta coisa... é uma conquista incrível...

Após se livrar da mercê de seus pensamentos, James percebera que Stuart estava de pé estalando os dedos várias vezes para que James voltasse ao mundo.

- Nossa, você chegou cedo, e dizem que eu sou o pontual aqui. - Diz Stuart, enquanto levantava a gola de seu casaco marrom para verificar a hora, que marcava 16h53min.

James P.O.V
Tanto tempo desde a última vez que eu tinha visto o Stu, ele continua pontual como sempre, se vestindo bem com seus casacos de couro, relógios caros e esses óculos estilosos... não me lembrava que ele era míope...

- Mas então, como você está James? Faz tempo que não tenho notícias suas, continua fazendo aqueles poemas de sempre? Quero ficar atualizado. - Disse Stuart enquanto se sentava ao lado de James, que logo respondeu;

- Bom... não tenho muito do que reclamar, um dia após o outro, é assim que eu vivo. E quanto aos poemas... - James coloca a mão no bolso de sua calça enquanto levanta, tirando dali um pequeno bloco de notas o qual entrega para Stuart, que pega sem entender o motivo.

- Acho que fiz umas quinze páginas de poemas, frente e verso contam como uma página nos meus cálculos. - Diz James, que se senta logo em seguida.

- Já tenho algo pra fazer nas madrugadas... como você disse, um dia de cada vez... uma noite, uma página, valeu James. - Logo, ele guarda o caderninho no bolso de seu casaco.

Pouco tempo depois, Walter chegava junto de Todd para enfim realizar o último "tour" pela fábrica abandonada.

Walter era um cara fechado, o mais velho do grupo com 19 anos, era extremamente reservado e não gostava de falar muito sobre a vida pessoal, apesar de ter uma personalidade forte, se assusta fácil, é mais realista do que otimista.

Todd era alguém meio largado, não se importava muito com as dificuldades ou escolhas futuras, adorava viver o momento sem sequer pensar no ontem ou no amanhã, sendo o mais novo e mais baixinho do grupo com 17 anos, 1 mês e 1,69m.

Um líder, um símbolo de liderança ou "voz maior" no grupo, James estava a três dias de completar seus 18 anos com 1,78m.

Stuart, o social e espertalhão do grupo, um rapaz que tem seus fortes ideias e uma saúde mental perfeita.

Depois de alguns minutos do re-encontro desses velhos amigos, logo se encaminharam até o grande portão de metal da fábrica.

- Uau... que nostálgico. - Diz Stuart enquanto passava a mão no portão suavemente, com esse simples movimento o mesmo acaba por abrir lentamente, todos pasmados paralisam, pois o portão sempre está trancado com um ferrolho velho.

- Espera... tá... está destrancado? - Pergunta James, enquanto entra e vê que o ferrolho estaria sacado.

- O lugar é abandonado, a prefeitura mantém o lugar limpo sem vegetação... É um lugar ideal para viciados ou bêbados desabrigados. - Diz Walter enquanto passa do portão e observa a estrutura desgastada da antiga fábrica.

- Ou alguém está procurando lugar pra deixar seus cachorros de rua... - Diz Todd enquanto entrava junto aos outros.

Ambos então passaram pelo enorme arco que ficara anexado ao enorme prédio, eles passavam por um longo e alto corredor onde ficavam algumas válvulas e engrenagens gigantes para máquinas pesadas de tecidos, por isso a grande altura. Sendo assim, com o tempo, o corredor tinha o chão coberto de pequenos destroços de metais, engrenagens e porcas enferrujadas, alguns pedaços grandes de concreto também estavam largados por ali.

- Não tinha hora melhor pra virmos pra cá?  O sol deve sumir em alguns minutos e isso pode ficar bem tenebroso... - Disse Stuart enquanto pegava o celular e acendia sua lanterna.

- Eu também não gosto do escuro, mas ainda não é noite. Não precisa disso. - Diz James que cobre com a mão a lanterna do celular de Stuart.

- Pelo amor de Deus, vocês dois parecem crianças. - Após terminar sua frase, Walter escorrega de repente ao pisar em falso, Todd o segura em um reflexo instantâneo enquanto o puxa para trás, na escuridão uma parte do solo se rompe e cai na enorme vala que haveria sob seus pés, o pedaço de pedra cai ali, e depois de dois segundos e possível escutar seu impacto ao chão.

- Eu tinha esquecido desse buraco, sorte sua que eu tava aqui. - Disse Todd enquanto dava uns tapinhas no ombro de Walter, que respirava de forma pesada enquanto fechava os olhos.

Stuart usou a lanterna para clarear o buraco, a julgar pelo tempo da queda deveria ter de três a quatro metros de profundidade, mas o comprimento de quase dois metros, sendo possível pular de um lado a outro. Sendo assim, sem muita dificuldade todos pularam por ali enquanto tinham uma breve lembrança daquele buraco não ser tão fundo quanto lembravam.

Esse lugar não tem um sistema de filtragem de esgoto, água da chuva deve cair aqui diretamente e empoçar tudo... - Diz Walter de forma vaga.

Depois de alguns momentos andando por ali, eles finalmente chegaram ao enorme pátio coberto que havia por ali, do outro lado de um muro derrubado havia um enorme estacionamento de uma lanchonete, esse seria o objetivo dos rapazes depois de esbanjarem algum momento nostálgico por ali.

Ao fazerem uma rodinha no centro do pátio, todos começaram a se lembrar de pequenos fragmentos de suas infâncias as quais passaram bons momentos juntos. Relembraram brigas, diversões, lamentos e tudo mais durante um longo tempo.

Eu sou Red JohnOnde histórias criam vida. Descubra agora