Capítulo 3

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O silêncio se manteve na sala até James chegar.

Toto-tata-to.

O homem da cadeira, ou melhor, Pedro, abriu a porta, e o que eu vi foi um homem simples, mas bem vestido. Usava calças jeans azul, sapatos pretos, uma camiseta preta e uma blusa moletom cinza aberta, tinha os cabelos loiros despenteados e tinha uma maleta na mão.

- Esta cada vez melhor James – elogiou Lisa, que só disse seu nome no ultimo momento no dia em que me recrutou – raramente víamos você nas câmeras, e o tempo não foi ruim, dezoito minutos.

- Na verdade foram dezesseis, se você descontar o tempo que demorei no banheiro – explicou James, ele falou tão suavemente, parecia não estar nervoso pelo que estávamos passando – Olá Angelo, é um prazer conhecê-lo – Apertou minha mão.

- Olá James, muito prazer – minha voz ameaçou falhar.

- Vejo que está nervoso – me desafiou com um sorriso no rosto, senti que corei, aquele homem sabia como deixar alguém sem graça.

- Cipriany, James é o homem das palavras, e também um ex-advogado, e o seu passado tem uma mancha escura que o trouxe a nós, mas não fazemos idéia do que seja – Então percebi que ele não era um garoto, se você analisasse bem, poderia dizer que tinha uns quarenta anos bem conservados.

- Quarenta e três! – ele disse, como se tivesse lido meus pensamentos.

Lisa apontou para o homem da cadeira:

- Creio que Pedro ainda não disse seu nome – ele grunhiu -, o tempo que passou como um cão do exército roubou-lhe a simpatia. – Ele não respondeu, em vez disso ficou testando o gume de sua faca com o dedo. Por deus! De onde ele tirou aquela faca?

Lisa digitou alguns comandos nos computadores a sua frente; apareceu uma caixa de texto no monitor central, “Deseja apagar os arquivos das ultimas 1 hora(s)?”. Ela escolheu a opção, “Sim”.

- Tenho o controle de tudo que é eletrônico aqui – gabou-se Lisa.

- Lisa se diz uma hacker, creio que seja uma das boas, mas na verdade não posso falar nada, já que não entendo essas coisas – disse James – Então Angelo, como podemos fugir deste lugar? – ele estava sério, isso claramente mostrava que estavam me testando.

- Eu diria pela porta, mas se esta falando sério... Enquanto vinha pra cá, vi uma porta que da para escadaria de emergência – me senti sábio, mas percebi que não foi nada impressionante, iria ganhar mais uma pergunta.

- Não acharia estranho, pessoas saindo pelas escadas de emergência se o elevador esta funcionando? – Ele franziu a testa, mas dessa vez ele não ia me pegar.

- Lisa disse que pode controlar tudo, é uma boa hora para me provar isso. – olhei para ela sorrindo – consegue fazer com que os elevadores pareçam parar de funcionar?

- Garoto ousado – me devolveu o sorriso – será mais fácil que fazer um homem abaixar as calças. Pedro, me de cobertura até a sala de comandos – Ele sumiu com a faca e saiu da sala.

- Eu e James estaremos esperando na porta da escada – Lisa consentiu e saiu da sala.

- Você é esperto garoto – elogiou-me James.

Só quando entramos no carro e saímos do estacionamento que eu me lembrei de perguntar:

- Com certeza isso tudo não foi pra me apresentar à vocês, então o que vocês estavam fazendo? – o tempo através das janelas do carro ainda estava nublado, mas o carro estava quente. Eu estava com Lisa nos bancos traseiros.

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