Capítulo 5

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Fui ao banheiro para dispersar um pouco do estresse do trabalho. Lavei o rosto e me olhei no espelho, tive que raspar de vez o cabelo depois que comecei a ter queda, mas agora que vejo bem eu também engordei bastante, também, sem ter tempo para comer direito e ser obrigado a ficar comendo besteiras durante os poucos minutos de pausa... Minha pele negra esta suando, é realmente um tormento ser chefe de policia. E pra ajudar, graças a essa maldita karasu mal posso ver minha mulher e filhos, ter que ficar fazendo hora extra e tendo que se dedicar totalmente ao trabalho para conseguir ao menos uma única pista sobre esses canalhas terroristas!

Esfreguei as mãos nos olhos, ultimamente não tenho dormido direito, é uma ocorrência atrás da outra.

- Chefe Auguste! – meu auxiliar de ocorrências apareceu na porta do banheiro, parecia ancioso. Ele é jovem, tem lá seus 22 anos e já esta metido no mundo do crime, Eduardo é seu nome, ele esta sempre corado e exaltado – Tem uma unidade de patrulha que está em perseguição agora! Suspeito de assassinato! Eles estão pedindo reforços para nós! Segundo eles, pela rota que o fugitivo esta seguindo ele vai passar próximo a esse bairro em torno de 5 minutos!

- Relaxa Edu, esse modo de falar só torna as coisas mais cansativas... Diga para eles que eu mesmo vou liderar a perseguição quando encontrarmos o carro deles, diga também que vou levar mais três carros e que entrarei em contato pelo radio quando estiver tudo pronto. E você vem comigo pra pegar experiência.

- Sim senhor! – ele saiu correndo e acabou batendo a porta.

- Nem um segundo de descanso...

Quando já estava na viatura com Edu do meu lado e mais um policial armado no bando de trás eu chamei no rádio:

- Patrulha em perseguição, aqui é o Chefe Auguste, qual a posição do fugitivo?

- O fugitivo esta na Avenida Olavo Graham, no quilometro 13, se você pegar o sentido norte com certeza irá encontrá-lo. O individuo está em um Camaro 69, vermelho vinho metálico, o carro tem duas listras brancas que vão do capo ao pára-choque traseiro.

- Esse cara tem bom gosto – Edu fez cara de quem não entendeu, voltei ao rádio – Entendido, vocês podem voltar onde começou o incidente e procurar por mais dados, isso não me parece coisa da karasu, mas é bom checar, qualquer crime tem que ser levado em consideração hoje em dia.

- Vai ficar tudo bem senhor? – ouvi o som do pneu dele freando repentinamente, devia estar fazendo o retorno.

- Sou policial não vidente. – desliguei o rádio, agora era comigo.

Liguei as sirenes, e saí do acostamento a toda velocidade.

- Edu! Avise para os outros desligarem as sirenes quando chegarem à avenida, e peça para eles me seguirem com cuidado até que eu de mais ordens.

- Sim senhor!

Eu segui pela mesma rua por mais 300 metros, virei por algumas ruas onde tinham menos transito e finalmente consegui entrar na avenida. Desliguei as sirenes.

- Senhor, agora que penso, não é perigoso dirigir a essa velocidade com as sirenes desligadas? – perguntou Edu, essa situação esta divertida ao lado dele, me sinto um vovô punk.

- Já é perigoso só por dirigir a essa velocidade, mas, se ligarmos as sirenes, o som pode exaltar o idiota que esta dirigindo e por consequência ele pode perder o controle nessa avenida e arrumar mais problemas ainda – ele me olhou com admiração – No tempo que passou ele deve estar no máximo no quilometro 11, se abusarmos um pouquinho mais da velocidade poderemos alcançá-lo. E agora que ele acha que a policia saiu de sua cola ele vai diminuir sua velocidade para não chamar mais atenção.

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⏰ Última atualização: Feb 07, 2016 ⏰

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