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Aeroporto.

Minho nunca imaginou que poderia odiar tanto um local.

O destino já não importava mais, uma vez que se via dentro da aeronave de asas fixas e motores para se sustentar no ar.

Medo de altura sempre foi algo que o perseguiu. Félix sabia daquilo.

— Tremer como uma vara verde não vai fazer sua ansiedade passar. — O Lee mais novo murmurou em um sorriso ladino.

Falando em diabo...

— Qual seria sua mágica solução? — Desviou o olhar daquele que comia um croissant.

Quem em plena madrugada se alimenta de algo parecido? Talvez esse fosse o motivo do mais baixo.

— Manda uma mensagem no grupo, escuta uma música. Sei lá. Só não treme que me incomoda.

Agora estava ele sendo o desagradável? Piada.

— Fecha a boca, Lee Félix. Ainda dá tempo de voltar pra casa. — Disse em regalia. Sabia que conseguiria fazer o irmão ficar calado momentaneamente.

E foi exatamente o que desejou. Pena que sua calmaria diante aquela fila para embarcar durou pouco tempo.

— Por que não fala com o Jisung? Ele sempre conseguiu te acalmar. — Em um sussurro, escutou o irmão.

— Ainda nessa? Quer que eu chame meu ex namorado para acudir? — Suspirou pesado, batendo o pé incansavelmente contra o piso.

— Vocês ainda são amigos, não sei a causa de tanta intervenção. — Ali, Félix deu o assunto por encerrado.

Quatro da manhã, final das férias de verão. Não estava animado adentrando um avião e ainda mais, sentando sem companhia. A primeira classe disponibilizava assentos únicos, em uma espécie de sala para cada utilizador de seus serviços.

Continuamente esteve acostumado a ser solitário. Ainda possuindo dois irmãos, Minho sempre foi único. Todos foram. Com tanto dinheiro nas mãos de sua matriarca, não era difícil comprar em grande quantidade quaisquer e absoluta coisa para que mantivessem a calmaria. Nada de divisão, apenas em dobro. Ainda sim, cada um tinha a educação certa. Nem sempre fizeram parte da alta sociedade.

Se pegou em pensamentos novamente. A voz de seu irmão ecoando na cabeça. Vocês ainda são amigos, não sei a causa de tanta intervenção. Sim, ainda eram amigos.

Han Jisung, ex namorado. Em um riso, se recordou de leves momentos em sua companhia. Sempre estiveram juntos, até mesmo na infância. Em certa fase da adolescência, os hormônios falavam alto demais para que fossem ignorados. Conhecidos não se impressionaram ao se pegarem em uma notícia de relacionamento sólido.

Um amor forte demais para explicar. O amor por desejo, por primeiras experiências. Sempre estiveram apaixonados, mas pelas sensações causadas em seus corpos. Se amavam, amigavelmente, e sexualmente.

Foi questão de tempo para introduzirem uma conversa séria. Realidades, idade, e acima de tudo, sensatez. O relacionamento acabou, porém o carinho ainda existia. Principalmente, a amizade fortificante.

Em um riso sádico por conta da ocasião, retirou o celular de um dos bolsos daquele enorme moletom que usava na intenção de privar seu corpo do contato com aquele vigoroso frio. A mensagem que enviou para seu amigo foi simbólica, apenas um aviso para que não esperasse uma visita diante tal pré-descanso.

Fez um bom proveito de suas poucas palavras, uma vez que colocou o rumo e uma básica despedida. Hwang Hyunjin também foi incluso em seu discurso virtual, se encontrando como atual de seu ex.

NON PLANNED • minchanOnde histórias criam vida. Descubra agora