Chamada

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Acordei naquela manhã com uma dor latejante em minha cabeça e quase não consegui abrir os olhos pela claridade da janela cuja a cortina Kushina tinha acabado de abrir, mesmo que não estivesse fazendo sol nesses dias de outono, o céu se encontrava extremamente claro e coberto de nuvens, a claridade batia em meu rosto, não permitindo que eu voltasse a dormir. Me forcei a abrir os olhos, a luz refletia nas paredes brancas de meu quarto e pioravam a intensidade de luz no cômodo. Intercalava entre olhos abertos com a claridade dolorosa e olhos fechados e uma quase escuridão em vermelho. Me sentei na cama e olhei para a mulher com os longos cabelos ruivos parada a minha frente.

— Bom dia, filho.

— Bom dia...— continuei a encarando com minha cara inchada e os olhos pesados semifechados por conta do sono, não entendia o porquê ela estava em meu quarto, geralmente eu acordava sozinho para ir pra faculdade, e não me lembrava da última vez que Kushina havia ido ao meu quarto me acordar.

A ruiva me encarava com os braços cruzados, sua expressão neutra, ela não parecia ter acabado de acordar.

— Você já tem 20 anos, Naruto, não devia precisar de mim para levantar na hora.

— Mas eu não preciso — a olhei confuso. — Por que veio me acordar? — antes que ela respondesse, olhei para a tela de meu celular, já eram nove horas! Saí da cama em um pulo e me apressei para pegar uma toalha limpa em meu guarda-roupa.

— Acho que você não tem tempo pra isso... — disse Kushina apontando para a toalha em meu ombro.

— Ah... merda! — estava muito atrasado, Kushina estava certa, não conseguiria tomar um banho e ainda correr para pegar o ônibus. Ficaria tudo bem se eu não tomasse banho antes de ir, afinal estávamos no outono.

— Se troque rápido que eu vou preparar seu café da manhã — disse antes de sair do quarto.

— Obrigado.

Peguei as primeiras roupas de meu guarda-roupas, não havia tempo para combinações de cores ou acessórios estilosos, apenas precisava colocar qualquer coisa que não fosse meu pijama, camisetas surradas e shorts consideravelmente curtos não seriam uma boa ideia, embora achasse que aquele short curto realçasse minha bunda, grande e bonita de acordo com Ino e Temari. Peguei minha camiseta preta de mangas curtas e meu jeans surrado, por último coloquei uma camisa xadrez marrom e a deixei aberta, acompanhado de minha cara de sono e meus cabelos loiros bagunçados. Até que não estava tão ruim, eu esperava coisa pior.

Escovei os dentes e desci as escadas às pressas, não tinha muito tempo sobrando e precisava tomar o café da manhã, nenhum ser humano aguentaria pegar aquele ônibus lotado sem ter comido nada, afinal eu já sabia que ficaria em pé no transporte.

— Olha só como você está bonito, vai a algum lugar depois da aula? — ri do comentário de Kushina. Não acho que estava muito arrumado, bem pelo contrário, mas sabia que Kushina sempre me elogiaria para me deixar feliz, embora algumas vezes os elogios parecessem falsos.

Afastei esse pensamento de minha mente piscando algumas vezes.

— Não, só peguei a primeira coisa que me apareceu.

Kushina me olhou com um sorriso ladino, sempre que me arrumava um pouco mais do que o normal ou só parecesse mais arrumado, Kushina insinuava que eu estava com algum interesse em alguém, mesmo que ela não dissesse explicitamente, era bem óbvio. Talvez porque eu nunca tivesse aparecido com uma namorada em casa, eles sempre acharam que eu escondia meus relacionamentos, e era exatamente o que eu fazia.

— Eu fiz um sanduíche, imaginei que você não fosse parar para comer em casa — disse e sorriu gentilmente.

— Ah... você me conhece tão bem, mãe — por um momento me senti estranho, mas resolvi ignorar a sensação quando vi ela sorrir, isso me deixou feliz, dei um beijo em sua bochecha e peguei o sanduíche que estava na mesa.

SintoniaOnde histórias criam vida. Descubra agora