Capítulo II

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Dezoito de setembro, sexta-feira

18:43

A semana passa rápido, quando vejo sexta-feira chegou e com ela mais um ensaio da banda, amanhã é a nossa equipe no culto e decidimos tocar uma música nova. Somos em cinco pessoas, Lucas fica no violão, eu no teclado, Bernardo no baixo, Samuel na guitarra e Pedro na bateria, sendo que todos nós cantamos, mas os que mais cantam somos eu e o Sam. 

Nossa banda se chama Tefilah, e o nome surgiu meio que do nada, achei o nome na internet e fui logo procurar seu significado. 

'Os rabinos, judeus, tinham uma caixa amarrada no braço ou no ombro e dentro dela continham várias preces e orações, ao longo do dia eles pegavam uma e liam,'  um significado não tão exato para a palavra é essa "prece ou oração" mas é muito mais que isso. 'Um elemento chave do seu relacionamento com o Criador é "servir a Ele de todo o coração". A palavra servir em hebraico é avodah, que encerra o sentido de trabalho laborioso (duro, árduo). Mas que tipo de trabalho pode servir a Deus? A clássica resposta judaica é que tefilá é isto: um trabalho para despertar o amor oculto dentro do coração até ser atingido um estado de união íntima com Ele.

E nós simplesmente juntamos tudo isso e resumimos, quanto mais oramos e falamos com Deus, quanto mais buscamos dEle mais íntimos ficamos, e é isso.

21:12

Depois de todo ensaio sempre tem comida, e hoje não foi diferente, compramos refri e esfirras e ficamos o resto da noite conversando e rindo. Estar com eles me deixa leve, é tão incrível como as pessoas tem esse poder uma sobre as outras. Conheci os meninos através do Pedro, e depois de um curto período de tempo já éramos quase irmões, e decidimos montar a banda, meio que do nada mesmo. Normalmente tocamos somente na nossa igreja e chegamos a gravar alguns covers para o youtube, mas algumas igrejas locais já nos chamaram para cantar e foi algo maravilhoso.

22:58

Depois de sair da casa do Lucas, Pedro me deu uma carona até minha casa e ficamos dentro do carro por um tempo conversando só nós dois, esses momentos à sós não eram raros, mas todo e qualquer momento que tínhamos sozinhos, aproveitávamos.

- Como você tem estado em relação à ir para Austrália? - Pedro me pergunta.

- Sinceramente? Desesperada, ainda não tenho inglês fluente, não sei se sou boa o suficiente para ir para a sede da empresa, mas tenho me dedicado muito para isso, você sabe. Deus sabe de todas as coisas e se for para ser, será, se Ele quiser.

- Eu vejo o quanto desesperada você está, meu amor  - Ele ri nessa hora e eu o acompanho, é nítido o meu desespero - E espera, você disse que não é fluente? Minha filha, eu perto de você não sei nem falar português, você é praticamente uma estadunidense, ou melhor, australiana né?! Eu tenho muito orgulho de você. - que bom que eu não sou muito sentimental, mas pode-se dizer que as minhas bochechas adquiriram uma tonalidade rosada neste momento.

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