Não Existem Boas Escolhas

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Alec estava no banheiro refletindo sobre sua vida até esse momento. Ele poderia sair de lá e ser assassinado de centenas de maneiras diferentes e uma mais dolorosa que a outra. Os documentários de serial killers que viu na Netflix só deixavam sua imaginação mais fértil.

Ele respirou fundo e saiu do banheiro e foi guiado pelo cheiro de comida e seu estômago roncou. Magnus estava parado perto do fogão, ele tinha tirado o chapéu e sem o chapéu Alec conseguia reparar melhor na calça de couro mas tentou não reparar porque provavelmente era rude.

—Você voltou, achei que ia ficar preso no banheiro mais um tempo. —Disse Magnus e se virou, ele colocou a panela na mesa sob um descanso de mesa colorido.

—Por quê? —Perguntou Alec e continuou parado, sem saber exatamente o motivo de tudo.

—Porque se eu fosse uma pessoa na casa de um completo estranho que não me suporta, eu estaria morrendo de medo. —Disse Magnus e piscou. —Agora senta, não quero que você morra de fome.  

Alec obedeceu porque não tinha muitas opções, se voltasse para casa ou ligasse para o pai pedindo ajuda ou ele não iria ajudar ou ele iria obrigá-lo a voltar para casa sem nada. Pedir ajuda não era uma opção.

—É impressão minha ou está tentando me assustar?— Perguntou Alec.

—Se eu quisesse te assustar, já teria assustado.— Respondeu Magnus e piscou. Alec o ignorou porque era melhor assim.

—Magnus, eu não quero que você pense que estou tentando arrancar o seu lar ou algo assim.— Disse Alec, após um tempo. Magnus parou no lugar e o encarou mais profundamente.— Eu tenho uma compradora para a fazenda e ela chega em três dias.

—Isso não será discutido, não vou sair da minha casa.— Concluiu Magnus em um tom que dizia claramente que não iriam mais falar sobre aquilo. Alec apenas assentiu e aceitou o prato que ele ofereceu.

O jantar dos dois foi silencioso e quando acabou Alec colocou na pia e começou a lavar, era um pouco estranho estar em um local que ele não precisava de fones bloqueadores de ruídos. Seu vizinho do lado gostava de música alta e os barulhos de carros passando na cidade que nunca dormia o deixavam louco. Aqui no interior ele só sentia paz.

—Não precisa fazer isso.— Disse Magnus e colocou a mão em sua cintura, para movê-lo para o lado e Alec ofegou, mais alto do que deveria e Magnus o soltou se afastando bem rápido.—Desculpa, não foi minha intenção… Te assustar.

Alec fechou os olhos, desde o governador estava um pouco apreensivo com qualquer homem que se aproximasse e nem tinha sido um toque com teor erotico, foi apenas uma sugestão.

—Eu não me importo de lavar.— Explicou Alec, para encerrar o assunto e não falar nada sobre isso. Ele sabia que tinha sido bem ruim e errado toda a questão com o governador e teria um contrato milionário agora se tivesse simplesmente ligado para ele e marcado um jantar que terminaria numa suite cara e discreta de hotel. Quando terminou Magnus estava sentado, uma taça em sua frente e ele tomava devagar um copo de vinho.

—Quer uma taça?— Perguntou ele. Alec negou, ficava um pouco… Afetuoso quando bebia e os anos da faculdade o lembravam disso, Jace, por sorte, sempre o impediu de fazer coisas que mais tarde iria se arrepender e até algumas que talvez não fosse. Magnus levantou.— Vem, vou te mostrar o quarto.

Alec assentiu mas parou no meio do caminho.

—Preciso pegar minha mala no carro.— Disse ele e retornou.

Alec andou até a porta e abriu mas quase infartou quando parado ali, de costas para a porta tinha talvez, o maior cachorro que tinha visto na vida. Ele fechou a porta e se encostou nela, sentindo o coração bater rápido.

A Night to Remember - Malec Onde histórias criam vida. Descubra agora