S/n
(Alerta gatilho <Violência doméstica>)Desci as escadas de casa correndo e me assustei com a cena que vi em minha sala. Minha mãe estava apoiada no sofá com os braços e pernas cheios de sangue. Meu coração se apertou e meu choro desesperado ao vê-la ali desamparada se iniciou rapidamente.
Me ajoelhei a sua frente sem saber o que fazer, Lizzie desceu a escada e também começou a chorar ao ver mamãe machucada na sala.
— Ele fez isso com você não fez? — Lizzie perguntou enquanto eu ligava para a emergência. — Aquele monstro te bateu de novo mamãe?
— Lizzie, agora não é hora! — Eu a repreendi enquanto chamava o socorro.
Os paramédicos colocaram mamãe dentro da ambulância e eu deixei Lizzie com uma vizinha. Peguei apenas o básico, meu celular e um casaco para minha mãe, caso ela sentisse frio.
Segurei suas mãos enquanto a ambulância corria para o hospital. Seus olhos mal conseguiam ficar abertos por conta dos enormes ferimentos. O paramédico que estava sentado em minha frente me perguntou o que havia acontecido, mas tudo que eu consegui fazer foi pedir para que ele salvasse a vida de minha mãe.
Ao chegar no hospital eu não pude entrar na sala com ela, os médicos tiveram que fazer alguns exames para terem certeza de que ela não havia quebrado nada. Me sentei na sala de espera balançando meus joelhos insistentemente.
Eu estava sozinha ali, meu pai havia proporcionado aquilo tudo, minha mãe estava em uma maca de hospital sendo examinada e a minha irmã deve estar chorando sem parar. E eu estou aqui, no meio disso tudo, totalmente sozinha.
Já eram onze horas da noite quando eu ouvi meu telefone tocar, ao ler o nome de Louis brilhando na tela eu sorri em meio algumas lágrimas que já haviam descido com o tempo. Olhei para ver se nenhum médico estava se aproximando e atendi.
— Deus, S/n, que bom que atendeu, está tudo bem? — Ele perguntou e eu levantei da cadeira com vontade de gritar.
— Não... — Soltei o ar que estava segurando assim que entrei no banheiro. — Não, não está nada bem Louis... — Deixei o choro sair.
— O que está acontecendo? — Ele perguntou preocupado. — Por favor, você pode desabafar comigo...
— Meu pai... Meu pai é um monstro Louis... — Fechei meus olhos encostando a cabeça na parede. — Eu o odeio, odeio com todas as minhas forças.
— Ele fez alguma coisa com você? Onde você está? — Louis questionou.
— Estou no hospital... — Eu falei mas fui interrompida por seu berro.
— HOSPITAL? — Ele gritou.
— Não houve nada comigo, não diretamente... Minha mãe... Meu pai ele... Ele agride ela... Foi a segunda vez que eu vi algo do tipo, mas a primeira não foi nesse nível, ela estava quase morta no sofá da sala, toda cheia de sangue e... — Chorei mais ainda. — Eu achei que eu fosse perder ela Louis...
— E-Eu não sei o que te dizer... — Ele fungou e eu percebi que Louis também estava emocionado. — Queria te abraçar forte agora.
— Eu também queria... Queria muito... — Limpei minhas lágrimas com a manga do moletom. — Eu preciso ir, preciso ver se os médicos já tem notícias dela.
— Você está sozinha?
— Minha irmã só tem 12 anos, deixei ela na vizinha e vim pra cá correndo...
— Não tem nenhum parente para quem você possa ligar?
— Minha mãe é filha única, meus avós moram do outro lado do mundo, eu tô sozinha nessa. — Suspirei tocando na maçaneta do banheiro. — Mas eu dou conta.
— Sei que dá. — Ele respirou fundo. — Mais do que você imagina.

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𝗠𝗼𝗿𝗲 𝘁𝗵𝗮𝗻 𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀 ఌ 𝙇𝙤𝙪𝙞𝙨 𝙋𝙖𝙧𝙩𝙧𝙞𝙙𝙜𝙚
FanfictionO que fazer quando você acaba se apaixonando pelo ator de um filme? Opção 1- Você ignora esse sentimento. Opção 2- Você manda uma mensagem de texto sem acreditar que ele vá te responder. Pois é, S/n escolheu a opção 2, e isso pode talvez ter mudado...