Naquela noite, Dorothy não conseguiu dormir.
A imagem de Micaela nua não lhe saía da cabeça. Por que esta garota povoava agora todos seus pensamentos mais impuros e profanos?A esta altura da vida ter desejo por mulheres? Ainda por cima, alguém bem mais jovem?
Dorothy sempre ouviu dizer que as mulheres eram melhores na cama do que homens, mais carinhosas, atenciosas e que faziam um sexo oral divino!
Mas, por que a fantasia com Micaela? Talvez a garota nem gostasse de mulheres! Era mais provável que não gostasse, pois Micaela já tinha um filho.
---Dorothy, pára de bobagens! Não tem mais idade pra fantasias absurdas! - repetia para si em pensamento entre um corte e outro de cabelos.
Mais uma noite chega e Dorothy rola na cama de um lado para outro, escutando o ronco incessante de Raul ao seu lado.
---Ninguém merece! - levanta da cama irritada!
Vai até a cozinha para tomar um copo d'água.
Já que não conseguia dormir, sentou-se na bancada, bebericando sua água.
Com o celular em mãos, procurou o perfil de Micaela. Começou a vasculhar loucamente fotos da garota.Parou quando encontrou uma com Micaela dentro de um biquini branco, com sua pele reluzente pelo bronzeado.
---Puta que pariu! Mas é gostosa! - deixou escapar.
Neste mesmo instante, seu celular começa a vibrar em sua mão, assustando Dorothy, que quase atira o famigerado aparelho longe!
Vê na tela que se tratava de uma ligação de seu filho Felipe. O rapaz estava na balada, pois era madrugada de sábado.
Dorothy, já preocupada , atende a ligação de Felipe.
---Mãe, Dona Dorothy, eu bebi demais, hugh! Não posso dirigir e tô sem grana pro táxi. Hugh! Pode vir me buscar? Não consigo carona. Tá todo mundo bêbado! - fala complemente enrolado pelo alto grau etílico em que se encontra.
---Meu Deus do céu! Eu devo ter servido petiscos na Tábua dos Mandamentos! - Dorothy resmunga já a caminho da boate.
Chegando lá no local marcado, Felipe a esperava na porta.
Dorothy ficou tonta apenas por respirar o ar , quando seu filho entrou no carro, tamanho era seu estado de embriaguez! Tanto que já entrou no carro e apagou.Passava por ruas cheias de muito movimento, povoada pelas criaturas da madrugada.
Ao parar num semáforo, Dorothy vê algumas prostitutas paradas em um ponto de costume. Fixa seus olhos em uma em específico . Nela, reconhece Micaela, trajada em uma roupa vulgar.
Ficou segundos estática, trazida de volta apenas pelos sons das buzinas a alertando sobre o sinal aberto.
Quando chegou em casa, estava eufórica, nervosa com sua descoberta!
Ninguém no bairro jamais cogitou tal sandice! Para muitos, Micaela era professora, como sua mãe deixava bem claro para quem quisesse ouvir.Novamente não conseguia voltar a dormir. Pensava agora na garota vestida daquela forma vulgar.
Quando conseguiu finalmente pregar os olhos, teve sonhos eróticos com Micaela, que a fizeram acordar completamente molhada.
Seu marido, Raul, viajou a trabalho e ficaria fora durante quinze dias.
Seria a deixa perfeita para Dorothy provar do fruto delicioso!
Passou o dia todo imaginando. Sonhando acordada com Micaela.
Mas, internamente, via seu Yin yang se desequilibrando consideravelmente, pendendo para o seu lado sombrio.
Era uma força maior que a própria Dorothy, que emergia do seu âmago e a tornava um ser envolto pela luxúria.
_____
Passava das onze da noite, e Dorothy se encontra dentro de seu carro , que está parado numa viela , onde ela pode avistar as damas da noite, inclusive sua cobiçada Micaela.
Seu coração está acelerado! Respira agora, com dificuldade, imersa no estado de euforia em que se encontra.
Era Excitante! Despudorado! Enlouqüente! Sujo!
Caracterizando o momento que estava prestes a viver.
Prestava atenção no modo dos carros dos clientes se aproximarem.
Respirou fundo! Colocando seu carro em movimento e parando próximo a Micaela e outra prostituta, ainda com o vidro escuro do carro fechado.
As duas prostitutas já notam a presença de um possível cliente, no caso, nossa cabelereira.
Dorothy sente suas pernas bambas, seu coração palpitante e uma excitação estranhamente deliciosa.
Desce, lentamente, o vidro escuro.
Micaela olha, tentando reconhecer a pessoa ao volante. Assim, que reconhece Dorothy, Micaela se dirige à outra prostituta:
---Pode deixar, eu a conheço!
Se aproxima da porta do lado oposto a Dorothy, abaixando a altura da janela do carro.
---Dorothy?! Tudo bem? Está perdida?-um tanto sem graça pela situação, Micaela pergunta.
---Entra!
---Mas, ...
---Entra! -Dorothy interrompe Micaela, repetindo a ordem.
Micaela, sem entender, obedece.
---Dorothy, sei que você não sabia o que eu fazia para viver, aliás , ninguém lá no bairro onde moramos sabe...
---Estou contratando seus serviços! - Dorothy olha intensamente nos olhos da prostituta.
---Não estou entendendo. Para seu filho?Desculpa, Dorothy! Nao costumo sair com ninguém do nosso bairro...
---Mas, que caralho! Estou te contratando pra mim, Porra!
Micaela fica em choque, perplexa pela revelação! Praticamente, perde a fala.
--- E aí? Vai topar? Ou terei que procurar outra puta?
Intimidadora, Dorothy lança a pergunta à Micaela.
---Me pegou desprevenida! - limpou a garganta - Eu topo !
---Muito bem ,então, o que você faz?
---Faço tudo! Só não beijo!
---Vamos ver!
Desafiou a garota , dando partida no carro ,rumo ao primeiro motel que encontrasse.
Estaria agora, prestes a se jogar do abismo, numa noite regada de muitas perversões!
Continua...
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O Despertar da Borboleta - Erótico Les (Concluído)
Short StoryConto erótico que narra a história de uma singela dona de casa. Dorothy tem uma vida comum para os seus cinquenta anos. Casada há vinte e cinco anos com Raul, união a qual rendeu os frutos André e Felipe, seus dois filhos. Dorothy é cabeleireira nu...