Parte Final

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Como um vício, Dorothy se rendia ao profano.

Encontrou-se com Micaela todos os dias, durante o periodo de ausência de seu marido Raul.

As duas aproveitavam bem a companhia do corpo uma da outra e devoravam-se num prazer profundo.

À cada final de encontro, em que Micaela recebia o envelope de dinheiro de Dorothy, a garota sentia-se extremamente suja! Infinitas vezes olhava para o chão, com tristeza e desapontamento no olhar. Estaria a prostituta se rendendo ao amor pela dona de casa?

---Não precisa!

Micaela rejeita da mão de Dorothy, o pagamento no último encontro, pois Raul estaria de volta no dia seguinte.

---Como não precisa? É seu trabalho! Dispôs seu tempo comigo, me dando prazer! Vamos, pegue!

---Você não entende né, Dorothy? Estou aqui porque quero e não pelo dinheiro!

Micaela diz, já se levantando da cama de motel, onde acabaram de se amar e, com lágrimas nos olhos, deixa o quarto que foi o palco do prazer daquelas duas mulheres.

Deixa Dorothy ali, confusa e com o envelope em mãos!

__________

Uma semana se passou, sem que elas se vissem. Nem ao menos de relance pelas ruas no bairro, ou se esbarrassem na academia.

Micaela está sozinha em sua casa. Perdida em seus pensamentos, sendo repentinamente sacada deles, pelo som da campainha.

Ao atender a porta, Micaela se surpreende com Dorothy, que tem um bolo em mãos

---Oi. Precisava de uma desculpa pra vir aqui - disse apontando para o bolo em suas mãos - Posso entrar? Sua mãe e seu filho estão em casa?

Micaela dá um meio sorriso ao notar o bolo nas mãos de Dorothy

---Eles foram ao parque. Mamãe levou Gabriel para andar de bicicleta.

---Toma.

Dorothy entrega o bolo à Micaela, que deixa-o na mesinha de centro, enquanto sentam-se lado a lado no sofá de dois lugares.

---O que houve com seu rosto?

Dorothy acaricia o rosto de Micaela no local onde há um hematoma, disfarçado pela maquiagem.

---O cafetão me deu um corretivo. A puta não está rendendo o que rendia! - Micaela suspira - Não consigo mais, Dorothy! Não pude estar com mais ninguém, depois do nosso primeiro encontro!

---Eu sinto por isso! - Dorothy baixa seus olhos para o chão neste momento.

---Mais clichê impossível, né? "A puta que se apaixona" ! - faz gesto com as mãos como se estivesse enfatizando um slogan.

---Micaela, eu não sei o que dizer! Não entendo. Eu sou apenas uma velha, dona de casa em tempo integral e cabelereira nas horas vagas. Minha vidinha é vazia. Não tem pelo quê se apaixonar!

---Engano seu, minha querida! Não sabe a mulher encantadora e fascinante que és! - Micaela acaricia suavemente o rosto de Dorothy, que fecha os olhos para sentir a carícia.

Elas estão tão próximas, podem sentir o ar quente de suas respirações, no rosto uma da outra.

Micaela, se recorda de que ela não passa apenas de uma prostituta, e que não deve bagunçar a vida pacata de Dorothy.

---Vai embora, Dorothy! Por favor!

Dorothy tem lágrimas correndo por seu rosto, apenas faz um gesto de concordância e se retira, deixando uma Micaela entregue ao chôro.

Alguns meses se passaram, desde o dia em que Dorothy esteve na casa de Micaela.

Por algumas vezes, se viam ao longe na academia em que frequentavam. Mas, apenas se olhavam e depois, seguiam com suas vidas.

Micaela jamais retornou ao salão de Dorothy. Evitava a cabelereira de todas as formas que pudesse, por mais que isso lhe corroesse a alma e , não era indiferente para Dorothy essa ausência.

Elas sentiam extrema falta do contato, do beijo , do cheiro da outra. Mas guardavam este sentimento em seu ser, juntamente com o segredo que partilhavam!

Era meio da manhã de uma quarta-feira, Micaela, após suas séries de exercícios, se banhava no box do vestiário da academia.

Devido ao horário ser meio tardio, a Academia estava um tanto vazia, apenas Micaela se encontrava no vestiário, no momento.

Deslizava suas mãos , retirando o excesso de shampoo de seus cabelos. Com os olhos fechados, levou seus pensamentos a sua doce Dorothy.

Um sorriso brotou em seus lábios, ao se lembrar dos beijos trocados!

Estava imersa em suas lembranças, quando escuta a porta do seu box ser aberta

Vira-se, se deparando com Dorothy parada à sua frente, com um olhar intenso.

Dorothy, subitamente, aferra seu corpo ao corpo nu de Micaela, sem se importar com suas roupas que eram encharcadas pela água que descia do chuveiro. Os rostos próximos , a respiração intensa, Micaela está atônita com a atitude da cabelereira.

---Dorothy, suas roupas! - é tudo que Micaela consegue falar.

Dorothy olha para suas vestes que já estão completamente molhadas e sorri.

---Eu quero me molhar com você, Micaela! No chuveiro, na chuva, na cama! Quero viver esta paixão que guardo comigo desde o dia em que me enlouqueceu ao te vislumbrar fazendo exercício naquele aparelho! Hoje, estou livre pra vivermos esta loucura. E enlouquecermos juntas! Eu quero você, minha menina! Deixe aquela profissão difícil! Eu trabalho por nós duas! Eu te ajudo a cuidar da sua mãe e do seu filho ! Fique comigo! Eu posso cobrir o que ganha nas noites! Quanto seria? Cinco ou seis mil ?

---Uns Dez mil.- Micaela responde acanhada.

---Bom, acho que terei que começar a cortar cabelo de madrugada ou... trocar de profissão!

---Nem pensar! Quero você só pra mim! E eu não estou mais na noite. Voltei a estudar e arranjei um emprego simples, mas honesto!

---Fica comigo!

Micaela sorri e toma os lábios de sua linda Dorothy.

---Eu te amo! - Dorothy confessa.

---Também te amo!

---Sabe, que desejei estar com você neste mesmo chuveiro? Desde o primeiro dia que te vi nua? Queria invadi-lo e amá-la, aqui mesmo! Beijar cada parte do seu corpo molhado, como está agora! - Dorothy fala com sua boca ainda próxima a de Micaela.

---Então, o que está esperando para realizar seu desejo?

Fim.

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O Despertar da Borboleta - Erótico Les (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora