Capítulo Um Vila dos Leprechauns

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Um portal mágico se abriu no meio de uma floresta. Dele saiu uma cegonha gigante que trazia uma criança enrolada em um pano branco. A ave amorteceu a queda e assim o bebê não se feriu. Aparentemente, o pássaro parecia que estava fugindo de alguma coisa. Alguns segundos depois, o animal se transformou em um homem. Ele era alto, tinha os cabelos brancos e longos, suas orelhas eram pontudas. Seu nome era Morfeus. A criança era Vandey Vowtty. O menino tinha uma marca no pescoço. Essa marca parecia o número sete com a letra cê no meio. Morfeus era um transformo, ele podia se transformar em qualquer animal. O bebê começou a chorar. Alguém estava se aproximando. O transmorfo virou um corvo, voou, pousou em um galho e ficou vigiando o pequenino. Um homem se aproximou com uma mulher. Os dois eram baixinhos, de orelhas pontudas, usavam gorros verdes na cabeça e botas pretas nos pés.

- Marreu é um neném - disse a mulher.

- Quem abandonaria uma coisa tão linda assim, Damin? - perguntou o homem.

A mulher pegou o bebê no colo.

- Temos que levá-lo daqui, meu amor - falou Damin.

- Vamos! - disse Marreu.

Morfeus foi seguindo os dois. Eles foram andando até chegar em uma vila cheia de casas nos troncos das árvores.

Havia uma placa que dizia:

Vila dos Leprechauns

Na quarta árvore, estava a casa dos leprechauns que levavam o menino. Os anos foram se passando e o pequeno Vandey Vowtty se encontrava desenvolvido e forte. Sua generosidade e capacidade de pensar deixavam os leprechauns de queixo no chão. Vandey tinha um quarto só dele, bem no andar de cima. Ele subiu para seu quarto após comer um delicioso porco assado. Aquela noite estava espantosamente intrigante. Na hora que ele foi fechar a janela, um vento frio entrou. Depois o garoto sentou em um banquinho, perto de uma mesa onde ele adorava ler histórias antigas. O menino pegou o seu livro de Ruínas Perdidas de Portos. O livro parecia não ter fim. Logo em seguida, depois de alguns minutos lendo, o menino acabou adormecendo. Vários objetos se estalavam no quarto. Uma cama pequena e um guarda roupa de duas portas tomavam mais espaço que o normal. Uma aranha fazia seu trabalho, bem acima do garoto, enrolando uma mosca em suas teias.

Morfeus estava transformado em rato, sempre vigiando o garoto.

Na manhã seguinte, o menino desce para a cozinha, seus cabelos estavam arrepiados e os olhos remelentos. Na cozinha se encontrava Damin, em uma das mãos se encontrava uma chaleira preta e no meio da cozinha, uma mesa de madeira com três cadeiras, porém, tudo estava à maior bagunça; panelas pra cá; vasilhas pra lá; frascos e potes quebrados; vargens e legumes espalhados por cima da mesa.

- O que aconteceu aqui? - perguntou Vandey, perplexo.

Damin Marils limpou a testa.

- Foi aquele gato danado da vizinha, quebrou tudo, correndo atrás de um rato - respondeu Damin.

- E o Marreu? Onde ele está?

- Ele foi buscar algumas frutas no seu Quintana Vulquelo, sabe, vou fazer uma torta de frutas.

Vandey limpou o rosto e foi ajudar Damin a organizar a cozinha. Marreu não demorou muito e logo chegou trazendo uma imensa sacola de frutas, ele olhou para Vandey ajudando Damin. Vandey era esperto, era o filho dos sonhos. O garoto tinha os cabelos pretos, olhos verdes, era magro e mais alto que os leprechauns.

- Ainda bem que eu cheguei a tempo - disse Marreu Marils, abrindo a porta de uma vez, com a sacola quase rasgando. No entanto, mal ele fechou a boca e a sacola se rasgou, espalhando frutas por todos os lados.

Vandey Vowtty e a Caixa de LamittleOnde histórias criam vida. Descubra agora