Uma conversa sobre preservativos

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Prisão nos arredores de Atlanta - 2013.

Daryl rosnou impaciente quando o terceiro pedaço de algodão atingiu o chão. Estava a mais de meia hora com Pandora, tentando limpar o ferimento causado pelo soco que o latino havia causado na garota. Porém toda vez que ela sentia uma mínima ardência nós ferimentos, Pandora soltava um gritinho de dor e dava um tapa forte na mão de Daryl, fazendo assim, com que o maldito algodão fosse desperdiçado.

Olhou para a garota, estreitando os olhos em repreensão. O que Pandora tinha de corajosa para sair em aventuras e massacrar as pessoas, ela tinha de fracote ao se deparar com um machucado dolorido.

- Você poderia por obséquio, parar de machucar minha cara? - ela perguntou, trincando os dentes de raiva.

Daryl revirou os olhos, se ajeitando mais à beliche. Os dois estavam sentados dentro da cela que fora cedida para Pandora a pedido de Hershel, a mando de Rick e com a evidente reprovação de Lori Grimes.

- Não estou machucando sua cara! - ele reclamou. - Estou tentando cura-la!

Pandora revirou os olhos.

- Se estivesse curando, não doeria como se o diabo tivesse escarrado na ferida. - resmungou ela, um pouco revoltada.

Daryl Dixon que não era muito famoso por seu senso de humor, apenas a olhou com uma sobrancelha erguida.

- Vai me deixar terminar essa merda ou não? - perguntou ele, impaciente.

Pandora rangeu os dentes, derrotada e inclinou o rosto para que o homem continuasse seu trabalho.

Daryl retirou mais um pedaço de algodão do recipiente e o empapou em álcool. Ergueu sua mão e colocou o algodão sobre a ferida, logo abaixo dos grandes olhos azuis da garota.

Pandora arregalou os olhos ao sentir a ferida queimar de dar fincadas por causa do algodão e soltou um grito desconfortável. Levantou a mão e bateu contra a de Daryl, fazendo com que o algodão voasse de sua mão novamente.

- CARALHO. - ela gritou. - NÃO SE APROXIME MAIS DE MIM COM ESSA COISA!

Daryl levantou da cama, bruscamente.

- Ótimo! - ele ralhou. - Tomara que essa coisa infeccione e doa mais ainda, para você aprender que não se deve mexer com gangsters maiores do que você! - ele disse tudo aquilo de uma vez. - E quando resolver mexer. Mexa com uma arma de fogo na mão!

Pandora mordeu os lábios, olhando para o homem, em um olhar quase culpado.

- Eu não sei realmente usar uma arma de fogo. - ela disse, em um tom baixo.

Daryl arregalou os olhos.

- O que?! - o grito surpreso veio de Carl, que provavelmente escutava a conversa dos dois escondido desde o início.

Daryl e Pandora olharam para o garotinho parado à porta, parecendo genuinamente surpreso que houvesse algo em que a garota não fosse boa. Afinal, para Carl Grimes, Pandora era quase uma heroína de quadrinhos que criou vida.

- Você não sabe como atirar? - ele perguntou novamente, um pouco abobalhado.

Pandora deu de ombros.

- Nunca precisei. - ela disse, simplesmente.

Daryl a olhou como se ela fosse um alienígena.

- E toda aquela pose de tomar a arma do prisioneiro e apontar para ele?! - perguntou, ainda um pouco chocado.

Pandora ergueu uma sobrancelha, olhando para o homem.

- Você me viu atirando, querido? - ela disse ironicamente. Quando não obteve resposta do homem, continuou. - Pois é! Foi exatamente como você disse! Eu fiz pose! Faço muito disso, aliás. - ela tagarelou. - Não sei se percebeu, mas sou uma pessoa extremamente exibida!

Patient Zero (The Walking Dead Fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora