Oh, olá novamente, então você está aqui de nov, bem bem! Vamos ao que importa, afinal, você não veio aqui para conversar comigo!
Vamos começar com nosso príncipezinho que desejava acordar na terra dos sonhos de novo.
Como a vida não é justa, ele não acordou lá, invés disso, ele acordou encolhido na ponta da cama, na mesma posição que lembra de deitar ontem.
Sonolento, ele se manteve imóvel, e começou a passar lentamente os olhos pelo cômodo se lembrando do... Espere, do que mesmo? Do que ele está esquecendo?
Se não lembra, então não deve ser algo tão importante assim.
Mas, por algum motivo, sentado na cama, sentindo o chão gelado na sola de seus pés antes quentes, ele teve um sentimento de perda.
Vazio, ele se sentiu vazio, um sentimento de precisar lembrar de algo mas não conseguir de jeito nenhum.
Isso o assombrou o resto do dia, enquanto ele arrumava sua cama, enquanto ele tomava café, enquanto tomava banho.
Perder algo significa ter algo. Ele tinha alguma coisa?
Entrelaçando sua fita azul entre os dedos, a cor do cetim o deu um estranho sentimento de familiaridade, azul, que lindo, parecia a cor de uma flor.
Com um suspiro pesado, ele amarrou o cabelo fazendo um lacinho pequeno e moldou seus cachinhos.
Seu dia passou costumeiro, pelo excesso de tempo ou talvez solidão ele aprendeu uma coisa ou outra.
Um de seus passa-tempo era pintar.
Não é que ele gostasse daquilo, é só que era triste, era vazio, o dia era vazio, seu quarto era vazio, ele era vazioPintar se torna uma perda de tempo quando você não sente nada.
Uma parte de suas pinturas eram objetos sozinhos em fundos brancos, sem cor.
A outra eram cenários de uma só cor em vários tons, nunca campos amarelos e dourados, sempre florestas escuras, não importava de qualquer forma.
Ele também tocava violino, outra coisa que aprendeu sozinhos, pedindo alguns livros formalmente aos seus pais- melhor, ao rei e a rainha, outras vezes se esgueirando secretamente a noite pela biblioteca.
Naquela noite, com um coração inquieto ele decidiu ir até lá, fazia algum tempo desde a última vez que saiu.
É claro que a segurança não seria mole em seu quarto, a preocupação de que a qualquer momento ele enlouquecesse quase os fazia esquecer que Darlan também era humano, talvez fizesse.
Uma coisa que talvez só ele soubesse era que no closet tinha uma passagem secreta, essa passagem ligava em três corredores.
Pegando seu lampião Darlan marchou até o closet subindo em um pequeno armário usado para guardar capas, afastando as roupas nos cabides de cima ele viu a pequena porta que tinha pouco mais que a metade do seu tamanho, a portinha em si era quase invisível exceto pelo relevo da maçaneta.
Ele largou o lampião e pegou a chavezinha que abria a tranca, uma vez aberta Darlan torceu o nariz e espirrou, o corredor era grande mas estreito, como se a porta pequena fosse uma enganação — visto que ele podia facilmente andar ali em pé com seus 1,70 — e era empoeirado, parecia que ninguém ia ali há anos!
Com uma careta ele pegou seu lampião e andou pelo corredor, as paredes tinham um tom esverdeado e eram muito frias, o lugar tinham várias teias de aranha e alguns bichos aqui e ali — o que ele odiou, odiava insetos.
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Como Não Ser Um Feiticeiro
FantasyDois garotos buscando a cura pra uma maldição enquanto se apaixonam e tentam dar um golpe de estado Capa provisória, estou trabalhando nisso, juro.