capítulo 08.

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Instintos na floresta proibida

❛Instintos na floresta proibida❜

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Os cabelos loiros se agitavam com a correria da garota, ela sentia seus olhos marejados e suas pernas fracas. Aquelas memórias já haviam voltado antes em seus sonhos, ou pesadelos, e por mais que ela tenha conseguido seguir em frente, ainda não conseguia  lidar com essas memórias calmamente.

Ela não sabia ao certo que horas eram, mas não devia ser tarde, já que quando foi se deitar nem todos os lufanos tinham voltado para o dormitório. Quando Maddie chegou no corredor que dava para a porta principal do castelo, viu que estava entreaberta, mas Flich, que ela descobriu ser o zelador, estava ali com sua gata, a Madame Nora.

Fazendo o mínimo de barulho possível, Madison deu a volta se escondendo nas pilastras, e teve a visão do homem de costas, agora ela conseguiria passar pela porta sem ser vista, isso se não fosse pela gata que estava com os olhos fixos nela. Logo o animal começou a miar em sua direção, Madison não pensou duas vezes antes de correr para o gramado envolta do colégio.

Ela sabia que o que estava prestes a fazer seria perigoso, ainda mais com os Dementadores por Hogwarts, poderiam facilmente atacá-la se cometesse algum erro mínimo que seja. Mas no momento ela mal raciocinava, só sabia que precisava de um tempo.

Flich abriu as portas mas não conseguiu vê-la na escuridão, e nem se atreveria sair com os Dementadores fazendo guarda. Então o homem fechou as portas e continuou vigiando os corredores fingindo que nada aconteceu.

Maddie desceu as mesmas escadas de mais cedo, mas dessa vez não se cansou. De longe ela avistou as luzes da cabana de Hagrid acesas, e em uma fração de segundo a porta foi aberta, de lá saíram Hagrid e Hermione.

Madison ficou congelada, apenas se abaixou quando se deu conta de que por mais escuro que estivesse poderiam vê-la ali de alguma forma. Avistou Hermione virando um copo na grama, derramando um líquido dele e logo voltando para a cabana, já Hargrid enfiou a cabeça em um barril cheio de água e também voltou. Sem entender o que estava acontecendo a garota se levantou um pouco e logo viu Harry e Rony também, os três saíram de lá apressados enquanto Hagrid gritava com a voz embolada — Madison teve quase certeza que ele estava bebado — algo sobre eles serem loucos e irresponsáveis.

Por um momento ela se lembrou da aula que teve mais cedo com Hagrid, e pensou que o homem encheu a cara por medo de ser despedido, e estava certa. Tudo isso por culpa do Malfoy. Ela gostava de Hagrid, e sua aula foi fantástica, ele não merecia aquilo.

Quando o trio estava voltando para o castelo, Harry se virou e avistou uma figura correndo na direção da floresta proibida, ele se segurou muito pra não dizer nada a Rony e Hermione, e ainda mais para não ir lá ver quem era. Ele achou melhor guardar isso consigo mesmo, algumas pessoas já achavam que ele era doido, não queria que seus melhores amigos também, afinal ninguém iria conseguir ver mais a sombra que adentrou a floresta.

Agora Madison encarava o lugar a sua frente, decidindo o que logo faria. Aos poucos seu corpo relaxou e ela prontamente fechou os olhos e se sentiu diminuir, pelos claros como a neve saiam de seu corpo, suas mãos e pés se tornaram patas, e seus dentes se tornaram presas afiadas. No final a única coisa que permaneceu foram resquícios humanos em seus olhos.

Com a visão mais apurada, o tato mais intensificado e a audição aguçada, ela se preparou e começou a correr.

A loba branca percorria a floresta de forma rápida e silenciosa, se alguém não estivesse a procurando, nem a perceberia ali. Aos poucos, a mente de Madison foi se desligando das lembranças que tivera, dando lugar a atenção que mantinha em seu caminho, cada vez mais veloz.

Se passaram quase quarenta minutos que ela estava correndo em grandes círculos para não correr o risco de se perder, mas ao ver um par de olhos a encarando, bem no caminho em que percorreu três vezes seguidas, ela derrapou pela terra. O susto foi grande, lago dando lugar ao medo, ela viu aquilo se aproximar e reparou em seus traços.

Um cachorro preto, definitivamente um adulto pelo tamanho, que não era muito maior do que ela. Seus olhos eram humanos, e aos poucos o cachorro parou de mostrar suas presas e pareceu ficar paralisado.

Sirius Black!

Sua mente praticamente gritou em sua cabeça, e aos poucos o medo deixou seu corpo e ela tentou se levantar, fracassando.

Então o cachorro se aproximou e ergueu a loba pelas costas, usando a cabeça como apoio. Quando ela levantou os dois se encararam, e Madison queria saber o que se passava na cabeça dele quando o mesmo se afastou e esperou que ela fosse embora. Mesmo a garota pensando que ele não a reconheceria não teve medo, porque através de seus olhos ele podia ver que não era de fato uma loba.

E enfim, ela correu, agora um pouco mais devagar devido a um machucado em sua pata, mas ainda sim estava veloz. A loba olhou para trás e ele estava lá, com os olhos fixos nela.

Quando finalmente avistou Hogwarts sentiu um alívio, e ao olhar para trás agora ela só via a floresta escura e vazia. Pensou em se transformar de volta em sua forma humana ali na saída da floresta, mas como loba ela chegaria mais rápido.

Ela disparou pelo gramado até o castelo, quando estava perto da porta ela foi para trás de uma pilastra e depois de se certificar que ninguém estava vendo, ela se sentiu crescer novamente. Depois de voltar a sua forma humana, ela hesitou em abrir a porta do castelo, mas lentamente ela abriu, e não viu ninguém. De longe, ela avistou um Dementador e estremeceu.

Passou pela porta e a fechou, viu uma sombra vindo de um dos corredores — e lógico que julgou ser um professor, então saiu correndo na direção da enfermaria, sua mão esquerda estava com um corte e sangrava um pouco, achou melhor ir para não infeccionar.

Suas roupas estavam sujas de terra, então ela deu umas batidas e seguiu em frente.

Quando chegou lá uma senhora pareceu confusa, afinal era para ela estar na cama aquela hora.

— Eu caí e me machuquei, estava escuro no quarto. — Madison diz a primeira coisa quem vem na sua cabeça.

— Tudo bem, sente-se ali que vou enfaixar — Madame Pomfrey disse e foi até uma pequena sala.

A enfermaria era grande, com diversas macas e cadeiras, também haviam muitas janelas. Madison se aproximou de uma delas e estremeceu ao ver dois pontos brilhantes apontados para si lá de baixo. Eram dois olhos, de um cachorro com os pelos escuros.

Sirius Black não poderia saber que era ela em sua forma de loba na floresta, era impossível. Pelo menos na cabeça da garota.

— Prontinho — a senhora voltou com uma faixa e dois remédios, sua varinha também em mãos.

Depois de cuidar do corte, ela liberou a garota e disse para que tomasse mais cuidado, também avisou para que voltasse no dia seguinte caso sentisse dor. Não foi um corte bonito, mas também nada preocupante.

Ao voltar para sua comunal, a garota trocou de roupa e praticamente se jogou em sua cama, estava exausta e preocupada. O que Sirius Black iria fazer? Até onde ele iria para se aproximar de Harry?

E com muitas dúvidas e teorias, Madison caiu no sono, sem sonhos ou memórias dessa vez.

𝐎𝐔𝐑 𝐃𝐄𝐒𝐓𝐈𝐍𝐘 | 𝐇𝐚𝐫𝐫𝐲 𝐏𝐨𝐭𝐭𝐞𝐫༄Onde histórias criam vida. Descubra agora