Com um último suspiro a vida deixou o corpo pequeno e delicado de Choi Nari, a ômega que deu a luz a um pequeno e quieto bebê.
Era para ser um momento de felicidade, não? Afinal, o herdeiro havia nascido, a pessoa que cuidaria dos negócios da família Choi. Mas era uma grande desgraça para Choi Daewon, o filhote ser um ômega.
Um desperdício! Agora sua amada estava morta e ele tinha em mãos um filhote indesejado.
Com raiva, o alfa deu o filhote para uma empregada e saiu do quarto, precisava respirar e pensar. Sabia que era um ômega assim que sentiu o cheiro doce e suave de flores.
A preferida de sua amada, camélias brancas. Era ironia do destino? Um lembrete que nunca mais teria sua ômega de volta?
***
O pequeno ômega sorriu gentil e pegou o buquê de flores com muito cuidado. Hoje era um dia especial e triste.
Era seu aniversário e também a data em que sua mãe faleceu. Andou até o jardim em que o túmulo ficava sentido uma dor em seu peito.
Mesmo sem conhecer de fato sua mãe, o pequeno Seokjin a amava muito e tinha a certeza que sentia a presença dela.
- Oi mãe, hoje eu faço sete anos! Estou feliz por que vou mudar de turma na escola, eu sinto saudades.- o pequeno filhote deixou as flores no túmulo e saiu correndo, sendo acompanhado por uma leve brisa com cheirinho de flores.
*** - Seu imprestável! Esse seu cheiro é insuportável seu ômega de merda, como pode ser meu filho?- o cheiro de álcool e cigarros estava forte, a presença de seu pai era esmagadora.
Jin apenas tinha a cabeça baixa e tremia de medo. Mais uma vez seu pai chegou bêbado e agressivo. Era sempre assim, palavras ofensivas e humilhação.
Ele só queria ser amado... Era pedir muito?
- Eu nunca vou te perdoar por ter matado minha ômega! ELA ESTARIA AQUI SE NÃO FOSSE POR VOCÊ!- mesmo escutando todos os dias essas palavras o feriam e muito.
Mas a culpa não era dele!
Ouvir isso de quem deveria o amar era tão doloroso, tão triste e traumático. Por vinte e um anos Seokjin suportava aquilo, ele não merecia isso! Ninguém merecia.
- Você não será mais um estorvo pra mim!- falou seu pai, agora perto o bastante do ômega segurando seu braço com uma força tamanha que ficaria uma marca.
Jin se assustou e gemeu de dor, era primeira vez que seu pai o tocava. Ele nunca havia lhe batido, por todos esses, anos ele apanharia agora?
- Você ira se casar com o líder da família Min, na próxima semana. Arrume suas coisas, seu inútil! E não me envergonhe na frente dele!- Jin olhou horrorizado para o alfa, ele só podia estar brincando, não é?
Não! Não! Não! Não! Como ele teria essa coragem? Depois de ter feito a vida do próprio filhote um inferno?
Lágrimas começaram a sair dos olhos azuis cristalinos do ômega, banhando o rosto angelical. Não era justo!
- Você...você se parece tanto com ela...seus olhos são os mesmos que os dela, você a tirou de mim!- o alfa o olhou com ódio e desferiu um tapa no rosto do ômega, que caiu de bunda no chão. Chorando forte e desesperado. Sua bochecha queimava de dor, ele não tinha feito nada! Nada!
Daewon pareceu que havia acordado de um transe e olhou para o ômega no chão. Por um instante ele viu a sua tão amada, Nari, com os olhos brilhando em tristeza. O cheiro de camélias o deixando nostálgico.
- Filhote...- Jin se levantou quando ouviu a voz rouca de seu pai, limpando as lágrimas e respirando fundo e olhou uma última vez para o alfa.
E Daewon nunca se arrependeu tanto em sua vida, ao ver o olhar que recebera de Seokjin, tão frio e duro. Tão diferente do olhar gentil e amável que ele tinha herdado de sua mãe.
- Não se preocupe senhor, amanhã eu estarei pronto. Tenha uma boa noite. Com licença.
E tudo que o alfa fez foi desabar no chão. Chorando e sem saber como consertar o que havia feito.
***
Capítulo editado
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