Culto das Yabás

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              Quando deu as 19h, eu estava lá presente, com minha roupa na mochila, para o culto das Yabás sem ao menos saber como funciona. Eu havia estudado sobre Yabás e sabia que eram Iansã, Yemanjá, Nanã e Oxum e que cada uma tinha uma história mais linda que a da outra.

        Quando fui dar benção a mãe da casa ela me disse para que vestisse a roupa e entrasse para a roda e eu não entendi nada.
- Porque devo entrar? Sou homem, elas são mulheres.
- Não tem nada haver filho, apenas entre. Sem desrespeitar a mãe do centro, eu entrei. Os toques eram mais suaves do que os da gira de Exu, porém era um toque mais lindo e quando entrei vi que haviam poucos filhos na casa.
- Mãe, porque há poucos filhos na casa?
- Filho, todos só querem saber de Exu, na hora das Mães de cabeça ninguém quer.
- Nada haver mãe, mas vamos lá. Abrimos a gira com o toque para Iansã a deusa dos raios e das tempestades e se não me lembro começamos com um ponto assim "Filha de Oyá, força do vento, bate o tambor pra viver alegria, enxotar sofrimento", comecei a cantar, pois eu sabia alguns, e de repente a mãe da casa vem dançando eufóricamente e muito linda era aquela vista.

        Quando encerramos alguns toques para Oyá nós iniciamos os toques para Oxum que era a deusa das cachoeiras, eu puxei o ponto "Eu vi mamãe Oxum na cachoeira, sentada na beira do rio..." foi quando ouvi um canto muito lindo bem dentro dos meus ouvidos e perguntei ao meu irmão de santo.
- Você ouviu?
- Ouvi o que? Foi quando derrepente o meu amigo que era bruxo estava perto de mim e gritou
- Ora yêyê Mamãe Osúm. De repente eu não me lembro mais de nada, só lembro que eu havia acordado depois todo molhado e com os olhos pesados. Todos da casa vieram e me abraçaram dizendo que minha Oxúm havia passado e abençoado todos com suas lágrimas. Foi quando meu amigo chegou e me falou.
- Sua Oxum me disse que você pode usar o seu dom agora. Vai ver... Após me recuperar e tomar um copo de água, eu retorno para a roda e iríamos finalizar com Yemanjá que era a deusa dos mares e das águas, aquela que os pescadores se apaixonavam quando saiam para pescar e também a quem deixamos oferendas à beira da praia. Quando começamos a tocar para ela, logo ela se manifestou nas meninas ao meu redor e meu amigo só gritando em cima das meninas e elas encorporam, foi uma das coisas mais lindas que eu havia visto.

        Após a gira, fui para casa com todas aquelas meninas que moravam próximas a mim, quando as deixei em casa fui para a minha e ascendi uma luz para meu Anjo da Guarda e após rezar um Pai Nosso e um Ave Maria, fui dormir e descançar, pois meu dia seria cansativo.

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