blondie × drarry.

my fingers in your hair, your eyes on mine.

blond·ie
1.
INFORMAL
uma pessoa de cabelos loiros, geralmente uma mulher.
"𝘘𝘶𝘢𝘯𝘵𝘢 𝘤𝘳𝘪𝘢𝘵𝘪𝘷𝘪𝘥𝘢𝘥𝘦, 𝘭𝘰𝘪𝘳𝘪𝘯𝘩𝘢"

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Harry Potter não sabia como alguém poderia ser tão insuportável apenas por respirar. Ele sempre pensou em Duda como a definição de desagradável, com seus gestos sempre exagerados e choro falso. E por anos estivera feliz por não precisar compartilhar o mesmo ambiente com o mais novo dos Dursley, mas pensava que talvez fosse melhor tê-lo por perto do que ter aquele bruxo em seu encalço. Draco Malfoy era desagradável e infelizmente não podia ignorá-lo como sempre fazia, porque também era sua dupla em Poções.

Embora Severus Snape tivesse realizado o sorteio entre sonserinos e grifinórios aparentemente de forma justa, Harry tinha seus motivos para suspeitar que não houve justiça nenhuma no seu caso. Arrancaria um dedo se pudesse trocar de parceiro, qualquer um seria melhor, até mesmo Pansy, que namorava o próprio Draco. O tamanho de seu desgosto era óbvio, o que arrancou risadas de Hermione e Ron. A amiga o incentivou a não deixá-lo lhe tirar do sério, enquanto o ruivo optou por incentivá-lo a usar os punhos se necessário. Era bastante tentador.

Os olhos cinzentos de Malfoy encaravam suas ações de uma maneira cética, julgadora. — Você é pior do que imaginei. Eu sei que não está acostumado com O em Poções, mas eu estou, então é melhor começar a mexer o caldeirão na direção certa. — Estava prestes a responder o comentário cretino quando o sonserino continuou: — Não sabe ler, Potter? Está escrito "seis vezes no sentido anti horário". — Apontou para o livro, na discrição da poção do Morto-Vivo.

Tomou o livro da mão dele num gesto brusco, impaciente e o colocou para longe. — Cala a boca, Malfoy. — Resmungou, o empurrando com o ombro. Sua única forma de alívio era saber que estavam muito perto de terminar, a poção já estava num tom violeta. A maioria das duplas sequer haviam começado a preparar a poção. Teria sido bom ter pelo menos dois dias para treinar seu cérebro para aturá-lo, mas Draco queria se livrar da tarefa o mais cedo possível. Não iria reclamar, também queria se livrar dele. Afinal, estavam perto demais e isso era estranho. Quanto mais longe, melhor.

Um sorriso satisfeito rasgou o rosto magro de Malfoy quando finalmente concluíram e Harry ficou abismado. A poção estava cristalina como água, do jeito que Snape ensinara, o que indicava que iria tirar uma nota alta pela primeira vez. Mas não era um possível O no currículo que o deixou afundado em perplexidade. Nunca vira Draco Malfoy sorrir daquele jeito, sem uma gota de maldade ou provocação. Apenas um sorriso de trabalho bem feito, que iluminava a face de uma maneira tão harmônica que fez Harry pensar no motivo de tantas garotas acharem ele atraente. Sempre teve consciência de que se tratava de um rapaz bonito, mas de perto aquilo lhe atingia diferente, porque não podia bloquear. Não podia deixar de reparar.

Entretanto, para sua surpresa, o golpe de misericórdia não fora seu sorriso. Fora o cabelo. Draco, num gesto espontâneo, afastara as madeixas lisas do rosto. Um ato inútil, pois eram tão finas e leves que voltavam para a posição anterior. Harry percebeu, totalmente encantado e pela primeira vez, o quanto Draco era loirinho. Um tom de loiro difícil de achar naturalmente, claro o suficiente para parecer branco. Não contrastava em nada com os olhos também claros, mas carregados como um céu chuvoso, prestes a desabar. Ele tinha pele de mármore, cabelos perolados e olhos de tempestade.

Olhos de tempestade que estavam julgando Potter.

Ou mais precisamente, os dedos de Potter em seu cabelo. Abriu a boca várias vezes sem saber o que falar diante de um Draco irritado e estranhamente desconcertado. Afastou a mão, guardando-a no bolso enquanto mordia a própria língua com força. Virou-se de costas para o sonserino, no intuito de organizar os pensamentos e rezar para simplesmente desmaiar para poupá-lo da vergonha. Como aquilo tinha acontecido? Fora tão repentino. Quando estava prestes a dizer para guardarem a poção, após afugentar um pouco o pânico, ouviu o barulho da porta se fechando.