Capítulo 3

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Cause I didn't mean to hurt him. Coulda been somebody's son *

(Porque eu não quis machucá-lo. Poderia ter sido o filho de alguém)

Batuco meus dedos ao ritmo da música, sugando meu milk shake com força, esperando que o açúcar acabasse com o desconforto.

Pum pum rum pum pum pum. Man down.

(Pum pum rum pum pum pum. Homem ao chão.)

-Aguente mais um pouco Will. - sussurra Lou.

Sugo com mais força até o líquido acabar e aquele ruído horroroso ressoar incomodando meus ouvidos.

Do outro lado da rua havia um clube com a fachada preta, com um arco e flecha e um veado prateados estampados delicadamente na fachada. O que havia dentro era um mistério para mim, podia ser o clube da minha Tia Ártemis, mas não mudava o fato que era só para mulheres. O que acontecia lá dentro é uma lenda urbana na minha família, meu pai entrou escondido uma vez, e seja lá o que tenha acontecido quando minha tia o pegou, o deixa roxo e sem palavras até hoje.

A regra número um é: é estritamente proibido para homens.

Oh, mama, mama, mama. I just shot a man down.

(Oh, mamãe, mamãe, mamãe. Eu acabei de atirar num homem.)

O que nos leva ao motivo dos olhares afiados. Estou sentado em uma cafeteria que por uma questão geográfica era frequentada basicamente pelas garotas do clube, e elas por sua vez, encaravam a única coisa que destoava no ambiente: eu.

Todas elas, assim como minha tia, pareciam ter um problema em socializar com o sexo masculino. Embora Zoë fosse minha amiga não posso esquecer de quando ela socou Percy na frente da escola inteira, isso era um lembrete para não invadir o seu espaço pessoal.

O que nos leva a uma nova questão: por que estou sentado no meio de garotas que claramente querem me usar de saco de pancadas? Porque esse é o lugar que Zoë escolheu para resolver o meu probleminha, como a mesma nomeou, ela com certeza queria que eu pagasse pelos meus pecados.

O sininho da porta toca e todos os olhares vão para quem entrou, Lou que estava impaciente dá uma espiada e seus olhos se arregalam. Rapidamente ela desvia olhar e toma um grande gole do seu smooth de morango, o som de botas pesadas se aproximando me deixam à beira de um ataque, e eu me agarro ao meu objetivo.

Nico Di Angelo.

Depois que superei minha crise de baixa autoestima e decidi me declarar surgiu outro problema: como fazer isso sem ele me achar um imbecil descarado? Eu não o conheço direito, não sei do que ele gosta, nem os lugares que ele frequenta, não sei nem se ele estava com alguém, então a ideia de Lou foi perguntar para a pessoa mais acessível.

A recém chegada Zoë para ao meu lado, dá um aceno com a cabeça se desculpando pelo atraso e se dirige para uma mesa mais ao fundo. Enquanto isso a pessoa que a acompanhava se senta à minha frente.

Das poucas coisas que eu sei sobre Nico, a primeira é que ele é filho do homem mais assustador da cidade, ou até mesmo do mundo, Hades era dono de quase todo o negócio funerário dos EUA, o que originou metade dos apelidos de Austin.

E agora na minha frente estava a sua possível herdeira

Bianca Di Angelo.

Ela e Zoë são amigas há alguns anos, foi Zoë quem a levou para o clube de Ártemis. Eu posso imaginar sua cara chocada quando Lou pediu para ela arranjar um tempo com Bianca, pois o idiota do Will Solace (suas exatas palavras) estava apaixonado pelo Di Angelo caçula.

Um pequeno empurrão - SolangeloOnde histórias criam vida. Descubra agora